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Brasil tem 4ª maior taxa de desemprego do mundo e bate recorde na evasão escolar

Estudos da Austin Rating apontam o Brasil como o país com a maior taxa de desemprego entre as principais economias do planeta. Para enfrentar esse desafio, especialistas em educação reforçam a urgente necessidade de união entre instituições de ensino e o setor produtivo.

Belo Horizonte, MG 1/12/2021 – A empregabilidade do egresso é o fator mais importante para que ele possa recomendar a IE e perpetuar um ciclo positivo de indicação da marca – Ryon

Estudos da Austin Rating apontam o Brasil como o país com a maior taxa de desemprego entre as principais economias do planeta. Para enfrentar esse desafio, especialistas em educação reforçam a urgente necessidade de união entre instituições de ensino e o setor produtivo.

O Brasil tem a 4ª maior taxa de desemprego do mundo (13,2%),  entre mais de 40 países, de acordo com um levantamento da consultoria Austin Rating, ficando atrás apenas da Costa Rica (15,2%), Espanha (14,6%) e Grécia (13,8%). O desemprego no país corresponde a mais do que o dobro da taxa média global, de 6,5%, e é o pior entre os integrantes do G20. 

Engana-se quem acredita que o desemprego assola mais a população acima dos 40 anos: em 2020, segundo o IBGE, os jovens entre 18 e 24 anos já representavam quase 31% dos desempregados no país. 

Essa é a mesma faixa etária de grande parte dos estudantes do ensino superior, que como constatou a NUBE em uma pesquisa realizada em 2021, a cada dez profissionais que receberam seus diplomas entre 2019 e 2020, cinco deles estão sem trabalhar e cerca de 28% estão desempregados há mais de um ano.

O abismo entre a educação e o mercado de trabalho

Este tem sido um dos grandes receios dos estudantes universitários: finalizar a graduação sem ter um trabalho na sua área de formação, e sem ao menos ter perspectiva de quando serão absorvidos pelo mercado de trabalho. Em um mundo cada vez mais dinâmico, as instituições de ensino não conseguem acompanhar a velocidade das mudanças no mercado de trabalho, que demanda uma série de competências e habilidades técnicas e comportamentais, que na maioria das vezes as Instituições de Ensino não proporcionam aos estudantes. 

Segundo uma pesquisa publicada pela Gallup, em 2020, enquanto 96% dos gestores educacionais acreditam que a formação acadêmica que criaram é adequada para suprir as necessidades do mercado de trabalho, apenas 11% dos líderes empresariais acreditam que essa formação acadêmica é adequada.

A percepção de que há um enorme abismo entre a educação e o mercado de trabalho também é sentida por parte dos estudantes. De acordo com um estudo realizado pela Educa Insights, agora em 2021, 11% dos recém formados entrevistados alegam que adquiriram, em sua formação superior, um baixo preparo para exercer a sua profissão. Desses, 53% disseram que a faculdade tem conteúdo desatualizado, e 47% que o mercado exige competências não lecionadas no curso.

A conclusão a que se chega após esses dados é a de que vivenciamos um colapso na educação: um abismo entre academia e mercado de trabalho, que por consequência desencadeia um aumento expressivo na evasão e abandono escolar, o aumento dos custos de captação de alunos e a ausência do valor percebido.

A empregabilidade como diferencial competitivo

Na visão da educadora Fernanda Verdolin, CEO e founder da edtech Workalove, o maior desafio para integrar a academia e o mercado de trabalho está na urgente necessidade de atualização dos planos pedagógicos de acordo com as exigências e tendências do mercado de trabalho. “Precisamos de um novo sistema educacional que seja flexível e personalizado às necessidades e objetivos de vida e carreira de cada estudante.”, afirma.

O sistema educacional vigente ainda reflete muito a lógica do tempo em que foi criado e por isso a enorme semelhança com uma fábrica, tendo horários de entrada e saída, uma dinâmica de aprendizado em tarefas repetitivas, o desempenho dos estudantes é medido de forma linear e sequencial, dentre outros fatores. “Continuamos preparando nossos futuros líderes para atuarem numa realidade industrial, que fez sentido na época dos nossos pais. Para outras gerações, trabalhar significava atuar em profissões bem definidas, em carreiras lineares, com cargos hierarquicamente organizados e que permitiam um crescimento linear previsível. E por isso funcionou muito bem! Mas apenas para aquele momento do mundo. Agora a dinâmica é outra e a educação precisa acompanhar”, afirma Fernanda.

Daniele Piazzi, especialista em Gestão da Permanência de estudantes, é uma das grandes referências no tema. Ela acredita que as instituições de ensino têm focado mais seus esforços na captação de estudantes, dando pouca atenção para a retenção e quase nenhuma para o egresso. Por isso, as instituições de ensino têm perdido muitos alunos e gastando mais para captar. “​​Infelizmente, ainda vemos a atuação dos gestores educacionais focada quase exclusivamente na captação de alunos, em detrimento ao cuidado com os que já ingressaram e lutam diariamente para permanecer na jornada acadêmica. É preciso ter em mente que  ‘acesso sem apoio, não é oportunidade’, e que a empregabilidade é sem dúvidas a única forma de perpetuar e reforçar o valor percebido de uma instituição.”, afirma Piazzi. 

Ryon Braga, reitor da UniAmérica e também uma das grandes autoridades na área do ensino superior do país, afirma que no cenário pós-pandemia, o sucesso e a perenidade de uma instituição de ensino, vão depender de três fatores essenciais: a eficiência na captação de novos alunos, a eficiência na retenção dos alunos captados e, principalmente, na garantia de satisfação e recomendação dos egressos. 

“O aluno de uma instituição de ensino só vai ter certeza se valeu a pena ou não frequentar aquela instituição quando ele puder conferir se, de fato, o programa educacional fez a diferença para ele, indo muito além da formação de competências e habilidades, mas ampliando a capacidade do estudante na geração de renda, trabalho e riqueza.”, afirma Ryon.

Fernanda complementa dizendo que para isso acontecer, é necessário um novo sistema de educação, que não só pergunte ao estudante sobre o seu sonho, mas que o apoie, de fato, a sonhar e a fazer acontecer. “Somos uma plataforma de mudança, capaz de escrever novas histórias de vida, de mudar a realidade de uma geração por meio de um novo modelo de educação que foque na empregabilidade e no sucesso do estudante com orientação e desenvolvimento de carreira.”, diz a fundadora.

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