Projeto do Colégio Sigma, em Brasília, incentiva a escuta ativa dos estudantes da educação infantil, além da valorização das artes
O ensino das artes é fundamental para a formação de um indivíduo. Envolvendo, os aspectos visuais, cênicos e/ou musicais, essa vivência faz parte do currículo educacional das escolas, por representar um reflexo cultural da sociedade. Na educação infantil, auxilia a criança no desenvolvimento e, principalmente, no aprendizado relacionado com as maneiras para expressar vontades e sentimentos, seja por meio do desenho, da música, da dança, do teatro, da escultura, da invenção de histórias, ou até mesmo do próprio consumo de tudo que foi citado, como na leitura de livros. Por meio da arte, expressão artística e suas diversas linguagens não-verbais é possível entender a criança e conscientizá-la de que ela tem uma voz que merece ser ouvida. Pensando nisso, o Colégio Sigma, em Brasília, desenvolveu o projeto “Lá onde o Coração faz morada”, no qual as crianças da Educação Infantil gravaram diversas músicas. A playlist foi disponibilizada no Spotify.
A coordenadora do segmento na instituição, Rosa Cavalcante, explica que neste momento de distanciamento, por conta da pandemia de coronavírus, os professores sentiram a necessidade de oferecer uma escuta atenta e promover o acolhimento, a interação e o conhecimento de si mesmo e do outro. “Entendemos que é fundamental o debate sobre questões afetivas e emocionais. Assim nasceu o projeto: da tessitura de acolhimento dos anseios e dos quereres de nossos estudantes. Também, da necessidade de reflexão sobre tudo o que nos abriga, nos protege, nos aquece e nos convida a cuidar dessas diferentes casas que servem de morada para os nossos corações. Nós, enquanto escola e com as famílias como parceiras, sabemos da importância de, mais do que nunca, pousar o nosso olhar sobre eles, os pequenos, ampliando nossas lentes nas suas mais distintas necessidades e nas suas infâncias”, defende.
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Capacidade criadora
Ela pontua que os estudantes participaram de todo o processo, desde a composição da letra até o desenvolvimento da melodia. “As crianças falaram a linguagem da música, respiram e transpiram qualquer som possível e fascinante, cumprindo sua missão simbólica da mesma forma que as palavras, quando dão vida ao contexto sonoro e são transformadas em canções. No decorrer do processo, passaram a inferir e a selecionar cada detalhe que seria mais interessante para compor suas músicas. Se para elas é uma farra, para nós significa um vulcão cheio de possibilidades e potencialidades emergindo em meio a tanto diálogo, alegria e criatividade. As músicas foram criadas pelas crianças em parceria com o professor de música Vitor Vanini”, compartilha.
Rosa afirmou que a iniciativa, realizada no primeiro semestre, foi recebida de maneira positiva pelas crianças e pelos educadores. “Embarcamos junto com eles em uma aventura que começou no interior de cada um. Incentivamos, por meio de propostas brincantes e investigativas, o olhar para os seus sentimentos, com uma lente de aumento que as encoraja a perceber suas emoções, e buscamos fazer com que, falando sobre essas emoções, pudessem conhecer mais de si, do outro e do mundo que as rodeia. Nós, professores, tivemos a oportunidade de aprender a ouvir, a acolher, a criar e recriar. A infância é isso, feita de capacidade criadora. Um inventa um som ali, outro uma melodia daqui, mas qualquer criança é capaz de ser um compositor”, comenta a coordenadora.
Para conferir as músicas basta acessar o link bit.ly/sg-laonde.