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Empresas que investem em programas de segurança do trabalho e auxiliam emocionalmente os funcionários conquistam resultados positivos em segurança

Segundo especialista, além das normas, conquistar os corações e mentes dos funcionários é o caminho que contribui para uma boa gestão de segurança na empresa

São Paulo, SP 2/6/2021 – Quando uma pessoa comete um erro não intencional, ela precisa de ajuda, e não de uma bronca

Segundo especialista, além das normas, conquistar os corações e mentes dos funcionários é o caminho que contribui para uma boa gestão de segurança na empresa

No Brasil, ainda é alto o número de trabalhadores que sofrem acidente enquanto desempenham as funções para as quais foram contratados, segundo o Instituto Nacional do Seguro Social. De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, elaborado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), no cenário mundial, um trabalhador morre por acidente de trabalho ou doença laboral a cada 15 segundos. De 2012 a 2020, 21.467 desses profissionais eram brasileiros, o que representa uma taxa de 6 óbitos a cada 100 mil empregos formais nesse período.

Afirmar que um local de trabalho é totalmente seguro é muito relativo, o simples fato da ausência ou poucos casos de incidentes, em algumas empresas, podem ser em razão de sólidos programas e cultura de segurança, mas também pode ser apenas sorte ou a falta de relatos de incidentes que possam estar acontecendo, por motivo de medo de punição, por se acidentar ou por reportar o infortúnio, informa Marcelo Barreto Guerreiro, graduado no curso de Direito e no curso de Engenheira Eletrônica, com pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UFRJ, e atuação em empresas multinacionais de manufatura na área de saúde, segurança e meio ambiente.

Para estar seguro no local de trabalho é fundamental querer estar seguro, diz Marcelo, e essa vontade vem fundamentalmente de dentro de cada um. “Como fazer isso acontecer com cada pessoa que trabalha conosco? Como criar uma cultura de segurança onde todos trabalhem de forma interdependente, cuidando não só da sua própria segurança, mas da segurança de cada pessoa que divide o mesmo ambiente de trabalho, seja ela funcionário, terceirizado ou até mesmo um visitante?”, indaga Guerreiro.

Conforme o especialista, a solução, além de reforçar o cumprimento de todas as normas de segurança, é conquistar as mentes e fundamentalmente os corações dos funcionários. Através de um bom programa de treinamento é possível conquistar as mentes dos colaboradores mostrando a eles o racional por trás das instruções da empresa e das normas de segurança. Com isso, Marcelo afirma que eles se sentirão mais confiantes e seguros para trabalhar.

Para conquistar os corações, o engenheiro de segurança do trabalho informa que os profissionais da área precisam mudar o foco e serem mais acessíveis, compreensíveis e transparentes com as pessoas. Deixando os funcionários, em todos os níveis da empresa, sentirem-se absolutamente confortáveis para levantar problemas e preocupações para os superiores, tendo a certeza de que serão ouvidos sem pré-julgamentos, e que a situação reportada será resolvida. “Os funcionários sempre devem ver seus superiores como centro da ajuda, e até mesmo como amigos em quem se pode confiar”, lembra Marcelo, com cursos de Materiais Perigosos nos EUA, Segurança Comportamental – ASSP Las Vegas, Segurança Térmica e de Combustão, Segurança de Processo e Higiene Industrial, entre outros.

Segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, entre os países do G20, o Brasil ocupa a segunda colocação em mortalidade no trabalho, apenas atrás do México (primeiro colocado), com 8 óbitos a cada 100 mil vínculos de emprego entre 2002 e 2020. Em oito anos, foram registrados no Brasil cerca de 5,6 milhões de doenças e acidentes de trabalho, que geraram um gasto previdenciário que ultrapassa R$ 100 bilhões. Apenas no ano passado, por conta da Covid-19, o total de auxílios-doença por transtornos psicológicos, como depressão e ansiedade, chegou a 289 mil — um aumento de 30% em relação a 2019, quando foram registrados 224 mil.

“Diariamente todos os funcionários de uma empresa saem de casa para trabalhar com a intenção de fazer o melhor que podem durante o seu dia. Ninguém sai de casa querendo errar. Quando uma pessoa comete um erro não intencional, ela precisa de ajuda, e não de uma bronca. Entenda o que levou ao erro e ajude a pessoa a ver isso e aprender com essa experiência, e faça isso com um sorriso no rosto”, acrescenta Guerreiro.

O profissional também relata que receber reações amigáveis dos superiores quando se comete um erro faz com que o indivíduo se sinta valorizado como funcionário e como pessoa, dedicando-se mais e ajudando mais os seus colegas a fazerem o certo. “É aqui começamos a conquistar seu coração. Isso refletirá também na maneira como essa pessoa tratará seus familiares quando chegar à sua casa, e de como se sentirá bem por fazer parte do seu time”, conclui Marcelo Guerreiro, com experiência em instrução de segurança de processos, trabalho em grupos multidisciplinares para gerenciar os aspectos de meio ambiente, saúde e segurança em projetos de construção e expansão de plantas de manufatura, além de experiência como auditor corporativo de saúde e segurança em fábricas, centros logísticos, escritórios comerciais e laboratórios de P&D no Brasil, Estados Unidos, México, Argentina, Chile, Colômbia, Bangladesh e outros.

De acordo com as Normas Regulamentadoras de Segurança, Higiene e Saúde do Trabalhador brasileiro, este ano haverá novas alterações nas Disposições Gerais e Gerenciamento dos Riscos Ocupacionais – GRO. Prevista para agosto de 2021, as empresas serão obrigadas a elaborar e manter um Programa de Gerenciamento de Riscos que incluirá: riscos físicos, químicos,  biológicos, ergonômicos e de acidentes, incluindo uma matriz de  riscos e perigos com os objetivos. O intuito da nova norma é evitar os riscos ocupacionais que possam ser originados  no trabalho.