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Agronegócio bate recorde de US$ 11 bilhões em julho de 2021

Com mais de US$ 2 bilhões em vendas externas, as exportações de carnes atingiram recorde para a série histórica

Mato Grosso 26/8/2021 – Em julho de 2021, as exportações do agronegócio chegaram ao valor recorde de US$ 11,29 bilhões, 15,8% superior aos US$ 9,75 bilhões exportados em julho de 2020

Com mais de US$ 2 bilhões em vendas externas, as exportações de carnes atingiram recorde para a série histórica

As exportações do agronegócio nunca haviam atingido a cifra de US$ 11 bilhões nos meses de julho, ao longo de toda a série histórica (1997 a 2020). Segundo Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “em julho de 2021, as exportações do agronegócio chegaram ao valor recorde de US$ 11,29 bilhões, 15,8% superior aos US$ 9,75 bilhões exportados em julho de 2020”, explica.

O crescimento das exportações está ligado, sem dúvidas, à elevação do índice de preços dos produtos do agronegócio exportados pelo Brasil. Houve elevação de 28,5% no índice de preços das exportações do agronegócio na comparação entre julho de 2021 e julho de 2020.

Por outro lado, o índice de quantum das exportações apresentou queda de 9,9%, ou seja, mesmo com queda do volume exportado, o forte incremento dos preços internacionais dos produtos exportados fez com que o valor atingisse um montante histórico.

O Banco Mundial divulga mensalmente o índice de preços dos produtos agropecuários. A cesta de produtos apresentada pelo Banco Mundial observou a mesma variação positiva de preços que os produtos exportados pelo agronegócio brasileiro.

Entre julho de 2020 e julho de 2021, o Banco Mundial aferiu elevação de 28,5% no índice de preços das commodities agrícolas. Já na comparação entre julho de 2021 e junho de 2020, houve queda de 0,8%, indicando tendência recente de estabilização desses preços ou mesmo possível declínio nos próximos meses.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura (FAO) observou resultado semelhante ao verificado pelo Banco Mundial. O Índice de Preços dos Alimentos calculado pela organização apresentou redução de 1,2% frente a junho de 2021, porém 31,0% superior a julho de 2020. “Tais valores resultam de uma série de levantamentos que relacionam os índices de preço para diversos produtos” diz Carlos César Floriano.

No caso do milho, há perspectiva de baixa. As melhores projeções de safra na Argentina e Estados Unidos (melhor oferta), concomitante à redução de pedidos da China para o cereal (menor demanda), são os fatores que mais influenciam os preços, mesmo com a frustração de safra do milho no Brasil, e menor disponibilidade para exportação do cereal brasileiro.

Para carnes, houve pressão de alta, com elevação do preço de carne bovina em virtude da redução de oferta nas principais regiões produtoras (como Estados Unidos e Brasil que sofrem com a seca) e à continuidade de altas importações, principalmente da China.

A FAO também identificou alta de preços para o açúcar em julho (+1,7% acima de junho), marcando o quarto aumento mensal consecutivo e o maior nível de preços desde março de 2017. Para Carlos César Floriano “a alta nas cotações internacionais do açúcar relaciona-se às incertezas sobre o impacto das recentes geadas na produtividade do Brasil”, explica.

Maior exportador mundial de açúcar, o Brasil também foi afetado negativamente pelo tempo seco prolongado. Além disso, os preços mais firmes do petróleo em bruto, favorecem a moagem da cana-de-açúcar para a produção de etanol, e servem como suporte adicional às cotações mundiais do açúcar.

A Organização observa que os aumentos mensais de preços das commodities não foram ainda maiores em virtude das boas perspectivas de produção na Índia e da desvalorização do real brasileiro em relação ao dólar norte-americano.

Nesse contexto de preços elevados, verificou-se, como síntese, que três setores exportadores do agronegócio brasileiro explicam o valor recorde observado nas exportações do agronegócio em julho de 2021: complexo soja (+ US$ 889,42 milhões em valores absolutos); carnes (+US$ 524,46 milhões); e produtos florestais (+US$ 379,61 milhões).

A soma do aumento das vendas externas destes setores mencionados resulta em US$ 1,79 bilhão, valor maior que a elevação do total exportado em produtos do agronegócio, que foi de US$ 1,54 bilhão comparado a julho de 2020.

 

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