A generic square placeholder image with rounded corners in a figure.

Neurologista alerta sobre aumento de casos de AVC em jovens

A alimentação não saudável e o sedentarismo causam alterações físicas e metabólicas, que desencadeiam condições para a ocorrência do problema

Curitiba – PR 29/10/2021 – A condição é mais comum em adultos a partir de 50 anos, mas a incidência em pessoas mais jovens tem aumentado. Por isso, é necessário alertar a população.

A alimentação não saudável e o sedentarismo causam alterações físicas e metabólicas, que desencadeiam condições para a ocorrência do problema

O acidente vascular cerebral (AVC) é a segunda principal causa de mortes no Brasil e uma das principais razões de sequelas e incapacidade no mundo. Mais de 16 milhões de pessoas são acometidas ao ano. Segundo estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde), a cada seis segundos, uma pessoa morre no mundo em decorrência de AVC.

“A condição é mais comum em adultos a partir de 50 anos, mas a incidência em pessoas mais jovens tem aumentado. Por isso, é necessário alertar a população e prevenir a ocorrência do problema”, explica Dr. André Dobrowolski, neurologista, coordenador do Serviço de Neurologia do Hospital VITA Curitiba, localizado na Linha Verde Norte.

Segundo o Dr. André, o AVC em jovens aumentou devido a mudanças de estilo de vida. A alimentação não saudável e o sedentarismo causam alterações físicas e metabólicas, como obesidade, diabetes, pressão alta e aterosclerose (acúmulo de placas de gordura nas artérias), que desencadeiam condições para a ocorrência de AVC.

Além disso, o estresse e o excesso de trabalho também podem estar relacionados a um risco maior de AVC em jovens. Uma pesquisa divulgada na revista médica The Lancet, mostrou que pessoas que trabalhavam mais de 55 horas por semana tinham uma chance 33% maior de ter AVC do que as que trabalhavam entre 35 a 40 horas semanais.

O Dr. André explica que o AVC é uma doença multifatorial, não há uma causa definida para a ocorrência, mas sim vários fatores combinados: doenças do coração, diabetes, hipertensão arterial, sedentarismo, tabagismo, colesterol descontrolado, uso de anticoncepcional, uso de drogas, álcool, histórico de doença vascular, entre outros. Além disso, pessoas com arritmias cardíacas têm até cinco vezes mais chances de sofrer um AVC. Cerca de 1,5 milhão de brasileiros têm arritmia, a qual é responsável por 20% das ocorrências de AVC.

O especialista alerta também quanto ao atendimento. “O tempo é crucial quando se trata de AVC, já que com o quadro instaurado a pessoa pode perder, por falta de oxigenação, até dois milhões de neurônios por minuto”, destaca o neurologista. “Das pessoas acometidas, cerca de 70% têm alguma sequela e 30% sofrem algum problema de locomoção. Nos jovens, por serem mais ativos, podem sentir mudanças bruscas na rotina, porém, o organismo mais jovem facilita a recuperação, que pode chegar até 100%”, ressalta.

Outro fator importante é o aumento de casos associados de Covid-19 e complicações causadas pela formação de coágulo de sangue dentro das artérias. “Isso pode explicar o aumento em sete vezes de AVC isquêmico em pessoas com menos de 50 anos, sem comorbidades, que enfrentaram o novo coronavírus”, destaca Dr. André.

O neurologista explica ainda que o novo coronavírus aumenta a coagulação do sangue e, consequentemente, a formação de trombos, que podem, eventualmente, resultar em um AVC. O vírus também é responsável por instaurar um quadro de inflamação que pode descompensar condições (cardíacas e diabetes) que aumentam as chances de um AVC.

O Dr. André adverte que com um estilo de vida saudável, é possível reduzir em até 80% os casos de AVC em jovens. O mesmo vale para adultos acima de 45 anos.

Alimentação saudável,
Evitar o alto consumo de gorduras e açúcares;
Praticar atividades físicas;
Controlar a pressão arterial;
Controlar o diabetes;
Controlar os níveis de colesterol e triglicerídeos;
Evitar consumo excessivo de álcool;
Evitar o tabagismo;
Não usar drogas.

Tipos de AVC:

AVC Isquêmico: quando ocorre devido a um “entupimento” da circulação do sangue em artérias do pescoço ou dentro do cérebro. Esta interrupção de aporte sanguíneo determina que parte do tecido neural deixe de ser alimentado pelo oxigênio e nutrientes provindos do sangue. Caso esta falha de fluxo se prolongue por algumas horas, ocorrerá o infarto cerebral, com morte das células do cérebro e surgimento de sintomas de acordo com a função da área afetada, que deixa de funcionar.

AVC Hemorrágico: quando uma artéria do cérebro se rompe e ocorre o extravasamento de sangue em meio ao tecido cerebral, ocupando, portanto, espaços não apropriados, causando muitas vezes compressão e inflamação do tecido cerebral ao seu redor.

Website: http://cscom.net.br