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Cirurgia metabólica é eficaz para remissão do diabetes

Estudos realizados nos últimos anos comprovam a ação do método no controle da glicemia e de hormônios importantes para a doença; obesidade é um dos principais fatores de risco

São Paulo 18/11/2021 –

Estudos realizados nos últimos anos comprovam a ação do método no controle da glicemia e de hormônios importantes para a doença; obesidade é um dos principais fatores de risco

Além do câncer de próstata, a campanha Novembro Azul também é conhecida pela conscientização sobre o Diabetes Mellitus. Segundo o Atlas do Diabetes deste ano, 537 milhões de adultos entre 20 e 79 anos vivem com a doença no mundo, ou seja, uma em cada dez pessoas. Por esse motivo, cada vez mais tem se falado sobre tratamentos e métodos de controle, como a cirurgia metabólica.

Também conhecida como cirurgia do diabetes, esse método é uma variação da cirurgia bariátrica e tem como propósito tratar o diabetes tipo 2 e outras comorbidades associadas como obesidade, hipertensão, colesterol e triglicérides elevados. Nos últimos anos, diversos estudos vêm reconhecendo o potencial de benefícios dessa abordagem para o controle e remissão da doença.

“O que admira a comunidade científica é a rapidez no controle da glicemia, e consequentemente do diabetes. O paciente tem uma melhora na glicemia poucas horas após o procedimento, mostrando que o resultado não depende apenas da perda de peso. Os efeitos são estabelecidos nos primeiros 30 dias de pós-operatório, especialmente nas cirurgias de gastroplastia com derivação intestinal do tipo Bypass Gástrico”, explica o cirurgião do Instituto de Medicina Sallet, José Afonso Sallet.

O fator hormonal

Conforme o médico, um estudo experimental feito com camundongos há mais de 10 anos inspirou a criação de outros trabalhos que tentavam explicar a relação entre a cirurgia metabólica e a melhora do diabetes. A conclusão dos especialistas foi que além da mudança anatômica provocada pelo procedimento, havia também uma significativa alteração hormonal.

“Os pesquisadores identificaram uma série de hormônios intestinais que estavam relacionados a esse processo. Dentre eles, a grelina, hormônio que controla a fome, o GLP 1, hormônio que atua diretamente na produção de insulina pelo pâncreas, entre outras incretinas que diminuem a produção da neoglicogênese, que é o processo metabólico no qual o corpo produz sua própria glicose”, explica.

Indicação

Em 2017, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou a cirurgia metabólica como tratamento para pacientes com IMC acima de 30 que não tivessem um controle clínico efetivo. Entre os demais critérios, o indivíduo também precisa ter mais de 30 anos, ser portador de diabetes tipo 2 há menos de 10 anos e não ter contra-indicações cirúrgicas.

As técnicas estabelecidas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e pela Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade (IFSO) são a Gastroplastia com Derivação Intestinal (Bypass), Gastrectomia Vertical (Sleeve), Banda Gástrica Ajustável ou Derivações Bilio-digestivas. “A principal utilizada no mundo é o Bypass Gástrico, considerando seu mecanismo de ação, segurança, baixa morbidade e mortalidade, além de bons resultados em longo prazo”, completa Sallet.

Diabetes tipo 2 e os fatores de risco

Conforme um relatório da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o diabetes Melittus tipo 2 é o de maior prevalência global, correspondendo a maioria dos casos da doença. Enquanto no diabetes tipo 1 o pâncreas não produz insulina, no segundo caso a produção é insuficiente ou o órgão não realiza a diminuição da glicemia de forma adequada.

As causas para o DM2 são diversas e normalmente estão relacionadas a condições como sobrepeso, sedentarismo e hábitos alimentares inadequados. Portanto, é comum que esse indivíduo apresente também outros problemas de saúde como hipertensão arterial, dislipidemia, e ainda a obesidade, o que piora o seu prognóstico.

“A maior parte dessas pessoas são obesas ou estão acima do peso, sendo a obesidade o principal fator causador do diabetes tipo 2. Com isso, sabemos que o tratamento da obesidade e a perda de peso tem um impacto significativo para esse perfil de paciente. Vale então ressaltar que essas duas comorbidades podem ser prevenidas ao mesmo tempo, por meio de um estilo de vida saudável, que englobe uma dieta equilibrada e bons hábitos”, explica o médico-cirurgião.

Website: https://www.sallet.com.br/