Em 2020, Luanna Quinalha criou o Clube Techie Girls na escola, para incentivar outras meninas a entrarem para o mundo da programação.
“Ensine uma garota a programar e ela mudará o mundo”. Esse é o lema da iniciativa Girls who Code ou “garotas que programam”, em tradução livre. E foi o que impulsionou Luanna Quinalha a criar o Clube Techie Girls, para incentivar meninas a entrarem para o mundo da programação. Aluna do Ensino Médio do Colégio Marista Anjo da Guarda, em Curitiba (PR), Luanna ganhou uma coluna fixa no jornal do colégio. Além disso, em fevereiro de 2021 também foi destaque na campanha em prol do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.
Com encontros virtuais semanais, Luanna e mais sete participantes mergulharam em linguagens de programação e desenvolvimento web. O trabalho é todo desenvolvido durante o período de contraturno escolar. Neste ano, o objetivo é ampliar o clube e aprofundar os conhecimentos. Estão na lista de ambições o desenvolvimento de projetos como criação de sites, jogos e quizzes, entre outros. A motivação da estudante foram os números: somente cerca de 15% dos graduações em ciências da computação são mulheres.
“Eu quero estudar Física e comecei a programar com um programa de verão em computação quântica. Para aprender outras linguagens, cheguei ao Girls who Code e também às estatísticas que mostram que a quantidade de mulheres em ciência computacional havia caído nas últimas décadas e como meninas costumavam desistir da área”, Luanna Quinalha.
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Mulheres e meninas na programação e na ciência
Em fevereiro, Luanna recebeu o apoio da escola onde estuda e lançou uma campanha de estímulo às meninas na área da computação. A iniciativa contou com cartazes informativos e entrevistas com professoras de exatas no jornal da escola. A ideia surgiu em alusão ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, 11 de fevereiro.
A professora do projeto HUB do Ensino Médio de Linguagens e Códigos, Fernanda Ribas, destaca que elas aproveitaram a data internacional para motivar mais alunas nessas áreas do conhecimento. “Vamos mostrar exemplos de mulheres que se destacam na ciência como um todo e o que já realizaram em prol da humanidade. E também vamos trazer exemplos próximos, de professoras da escola que atuam nas áreas exatas, biológicas e afins para que sejam reconhecidas e sirvam de modelo para todos”.
De acordo com dados da UNESCO, apenas 30% de todas as estudantes do sexo feminino selecionam campos relacionados às STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) no ensino superior. Em todo o mundo, a matrícula de estudantes do sexo feminino é de apenas 3% em tecnologias da informação e comunicação. Com um pouco mais, as ciências naturais, matemática e estatística têm 5% de estudantes femininas, enquanto engenharia, manufatura e construção têm 8% desse público.
Por onde começar?
Para as meninas que desejam começar a estudar programação, Luanna recomenda. “A primeira dica é não pensar que não consegue ou que não serve para isso. Eu pensava assim e acredito que em grande parte isso vinha da falta de inspirações femininas nas áreas”.
Ela destaca ainda as diversas áreas em que a programação pode ser aplicada. “Eu quero atuar em física, então sempre achei que não precisava, mas simulações, análise de dados, computações numéricas e até computadores quânticos são todos tópicos de física que exigem programação. Em medicina, existe todo um campo de biotecnologia e de análise genética. Para as artes, se trata de uma forma extra de criar arte e de compartilhar ela! Em qualquer área, se trata ou de uma ferramenta fundamental ou de uma que pode te diferenciar no mercado de trabalho ou no mundo acadêmico!”. E claro, não ter medo de errar. “Não somos perfeitas e ninguém é. Mas somos todas corajosas e ao vencer essa barreira, há muito a ser conquistado”, celebra.