Maria Joaquina é a mais jovem patinadora da seleção brasileira e a primeira curitibana a conquistar uma medalha na modalidade.
Em setembro aconteceu a final do Campeonato Mundial de Patinação Artística em Assunção, no Paraguai. E teve medalha para o Brasil – e para Curitiba, com a jovem Maria Joaquina Cavalcanti Reikdal, de 13 anos. Ela conquistou o segundo melhor lugar na competição e, assim, trouxe uma medalha inédita para a capital paranaense.
A performance de Maria Joaquina foi espetacular. A jovem chegou a liderar a competição na prova Short (curta), de até três minutos, no primeiro dia de competição. Por sua vez, na modalidade Long (longa), de até quatro minutos e meio, ela conquistou a segunda melhor posição, que lhe rendeu a prata no Mundial.
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Representatividade e apoio familiar
Além de muito talentosa na patinação, Maria Joaquina é uma jovem trans. Aos oito anos, os pais de Maria Joaquina, Cleber e Gustavo, perceberam que a filha começou a usar as roupas de sua irmã mais nova. Dessa maneira, levaram a menina a um psicólogo, para compreender a sua adaptação e fornecer suporte à sua transição de gênero.
Em entrevista ao portal Bebê, da revista Abril, Cleber conta que o início da transição da filha foi um momento difícil. “Tivemos que aturar dez mil pessoas dizendo que deveríamos forçar ela a ser menino, colocar no futebol, proibir de usar a roupa que quisesse, mas os profissionais do HC (Hospital de Clínicas) e a psicóloga sempre nos orientaram a acolher”, lembra.
De acordo com o pai de Maria Joaquina, que também é especialista em patinação, hoje as pessoas não conseguem enxergar a atleta como não sendo uma menina. Cleber também afirmou que a filha começou o seu tratamento hormonal neste ano, com suporte de profissionais.
“Muitas pessoas acham que o meio é quem muda ou não a criança, que é possível ‘transformar’ ela, mas na verdade ele só permitirá ou atrapalhará sua expressão”, reforça.
Reportagem de Isabela Stanga, sob supervisão de Ana Flavia Silva.