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Artista francesa representa cores, sombras e emoções com linha e agulha

“Meu estilo requer bordado à mão livre”: trabalho de Cecile Davidovici impressiona pelo realismo das expressões capturadas pelo bordado.
“Meu estilo requer bordado à mão livre”: trabalho de Cecile Davidovici, de 34 anos, impressiona pelo realismo das expressões capturadas através do bordado.

“O que se esconde por trás da superfície?”. Esta é a pergunta que a artista Cécile Davidovici busca responder, segundo seu site oficial. Desse modo, seu trabalho consiste em reproduzir cenas e pessoas, capturando suas expressões mais verdadeiras. Isso tudo com uma técnica artesanal: linha, agulha e tela. 

Aos 34 anos, a francesa possui uma paixão por tecidos que se desenvolveu recentemente. Antes de começar a bordar, ela fez faculdade de cinema e acreditava que a sua carreira seguiria por esse caminho. Mas, quando participou de uma semana na escola de costura de Lesage, em Paris, descobriu sua verdadeira vocação.

Contudo, a artista não se atém à maneira tradicional do bordado. “Sendo honesta, eu esqueci quase tudo que aprendi em Lesage. Eu não uso pontos tradicionais da costura, então me considero uma artista autodidata”, revelou Cécile em entrevista ao Textile Curator.

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Artista reinventado histórias

“Estas mulheres nos olham, mas, na realidade, olham para si mesmas, questionando suas contradições, revelando suas dúvidas”, aponta o site sobre o último trabalho da autora.

A série de obras mais recente de Cécile, “Retratos de um Sonho Constante” (em tradução livre), retrata expressões de mulheres. Em cada trabalho, aparecem duas faces, uma delas pela metade. Assim, não existe espaço na tela para nenhuma paisagem que possa distrair o espectador, que se vê obrigado a encarar as emoções que escapam pelas linhas. 

Ao explorar texturas e cores, Davidovici reconhece que sua técnica, por mais que se assemelhe à costura tradicional, possui suas próprias peculiaridades. “Meu estilo requer bordado à mão livre. Sigo o movimento das faces ou das peças de roupas que bordo, foco na iluminação, em conjunto com as cores que escolhi. Estou em constante exploração”, acrescenta a artista.

Reportagem de Isabela Stanga, sob supervisão de Ana Flavia Silva.