A livraria Gato sem Rabo conta com livros de diversos gêneros, como romance, poesia, ciência política e exatas e promete sempre estar atualizando o acervo para incluir cada vez mais mulheres.
Em 1929, Virginia Woolf, em seu ensaio “Um Teto Todo Seu”, explica a presença das mulheres na literatura como “um gato sem rabo”. Isso porque o animal exala uma estranheza: ao olhá-lo, parece que algo está fora do lugar. Mesmo depois de 92 anos, a ideia permanece atual. Assim, a fim de prestigiar as autoras mulheres, a artista plástica Johanna Stein abriu a livraria Gato sem Rabo, que só possui obras de autoria feminina.
O estabelecimento se localiza na Vila Buarque, região central de São Paulo, e começou suas atividades no dia 19 de maio. Por enquanto, seu acervo possui 1.700 títulos de 650 escritoras, de diferentes áreas, como poesia, romance, exatas e ciência política. Mas a ideia é expandir a coleção de acordo com “as urgências do presente e a importância do passado”, como afirma Johanna para o portal Universa.
Antes mesmo de sua inauguração, a Gato sem Rabo acumulou mais de nove mil seguidores no Instagram. O atendimento, até o dia 29, funcionou pelas redes sociais, por causa da pandemia de Covid-19. Somente a partir do último sábado de maio (29) a loja pode de fato abrir as portas.
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Visibilidade feminina
Em entrevista à Universa, a dona do estabelecimento expõe que as autoras permanecem invisibilizadas, apesar das conquistas feministas das últimas décadas. “Nós conquistamos mais espaço, mas ainda existe um vazio, um buraco na história. A gente precisa garantir que nenhuma mais seja deixada para fora das prateleiras das livrarias”, afirma.
Dessa forma, Johanna conta que possui ajuda de duas livreiras, que estão sempre levantando temas quentes e buscando novas autoras para integrarem a coleção. O espaço, além de livraria, possui também uma cafeteria e promete ser um ambiente agradável de leitura, interação e eventos – é claro, quando a pandemia permitir.
Reportagem de Isabela Stanga sob supervisão de Ana Flavia Silva.