Apaixonado por dinossauros, Thor Cugnier Guenther, de 19 anos, é o mais novo integrante da equipe de funcionários do Parque dos Dinossauros – Aventura Jurássica, atração turística de Balneário Camboriú-SC. Este é o primeiro emprego do jovem, que foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos dois anos de idade. O autismo é uma condição neurológica que compromete a interação social, a fala e o comportamento em vários níveis. Mesmo com as dificuldades da condição, Thor mostra que o mercado de trabalho pode – e deve – se abrir para esse público.
“Sou recém intitulado aventureiro do Aventura Jurássica. Vocês vão me ver várias vezes por aqui porque eu fui contratado para ser um explorador. Eu sou viciado em dinossauros. Sabe como é, esse é um dos meus hiperfocos. Ver a reação da minha família e dos meus amigos é algo impagável e o apoio deles é um sinal de que tudo pode dar certo”, comenta Thor em um de seus vídeos publicados no Instagram.
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Especialista em dinossauros
Por ser um especialista em dinossauros, a vaga de trabalho não poderia ser a mais adequada para Thor. “Quando o convite veio até mim, eu senti uma sensação de medo e emoção. Eu tive medo porque era o meu primeiro emprego, eu não sabia com quem eu iria me encontrar. O básico, né? Se todo mundo fosse recebido no seu primeiro emprego com carinho, respeito, humanidade e fraternidade. É isso”, explica o jovem.
Thor já escreveu e ilustrou quatro livros e tem uma loja digital onde transforma as ilustrações dele em camisetas. Ele também é diretor de seis minisséries no YouTube e no Instagram. Thor criou dois personagens dinossauros: Elvis, um T-Rex com dois neurônios e que tem “um problema de gases mal cheirosos”; e Coragem, que é um dinossauro cientista que cria centenas de invenções e poucas dão certo.
O novo explorador do Aventura Jurássica ainda pretende escrever mais livros no futuro. Thor está no parque às quartas-feiras pela manhã, das 9 horas ao meio-dia, e às quintas e sextas-feiras no período da tarde.
Autistas no mercado de trabalho
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 85% dos profissionais autistas estão fora do mercado de trabalho. O preconceito e a falta de estrutura para receber estes profissionais ainda são barreiras para que essa realidade seja transformada.
No Paraná, a Universidade Livre do Esporte (ULE) vai criar um café inclusivo, voltado exclusivamente para que pessoas com autismo, down e outras síndromes possam se desenvolver profissionalmente e atuar no gerenciamento e atendimento ao público. Para isso, a vaquinha do Tudo já Existe, a Sou Solução, lançou uma campanha de arrecadação. Você pode ajudar a construir esse café fazendo uma doação de qualquer valor.