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Bailarinas da Cidade de Deus se tornam bolsistas nos Estados Unidos

Bailarinas da Cidade de Deus ganharam bolsas de estudo em academias renomadas de ballet dos Estados Unidos.
Bailarinas da Cidade de Deus serão bolsistas nos Estados Unidos

Quatro bailarinas da Cidade de Deus, que fazem parte da Academia de Dança Valéria Martins, na zona oeste do Rio de Janeiro, ganharam bolsas de estudos nos Estados Unidos. Elas serão bolsistas nas companhias Ajkun Ballet Theatre, em Nova York, e Albano Ballet Company, em Connecticut, para onde viajam nos próximos meses.

As bailarinas Luana Amara, de 19 anos, Kemilly Nascimento, de 16, e Giovanna Mendes, de 13, viajam no dia 6 de março e terão bolsas na Ajkun Ballet Theatre. Já a outra bailarina, Ana Alice Galvão, de 17 anos, vai em junho para a Escola Albano Ballet Company, em Hartford, que fica a duas horas de Nova York.

Os alunos da academia de que fazem parte criaram uma vaquinha virtual com a meta de R$ 50 mil, para pagar tanto as passagens quanto o aluguel da república onde vão ficar nos Estados Unidos. Dessa forma, quem quiser colaborar pode acessar o Instagram da Academia de Dança Valéria Martins ou o vaquinhaonline.com.br.

Foto: Marcos Queiroz/Divulgação

Realizando sonhos

Em entrevista à Agência Brasil, a bailarina Luana Amara contou que a viagem e a bolsa de dança são a realização de um sonho.

“É o que eu sempre quis: sair do país e viver uma história lá fora. Eu pretendo ir e aproveitar bastante a minha trajetória lá. Fico seis meses e, nesse período, quero aprender o máximo de coisas possível, não só a dança, mas também a língua, a cultura, os costumes do pessoal de lá. É outro mundo.”, afirma a jovem bailarina.

Esta é a terceira vez que a Academia de Dança Valéria Martins consegue levar alunos para academias americanas. O primeiro contemplado foi Daniel Coelho, no final de 2019. No entanto, por causa da pandemia de covid-19 ele só pode viajar em 2022. O bailarino tinha a perspectiva de ficar apenas um mês com a bolsa, mas já está há um ano no país.

No ano passado, a oportunidade foi de Gabrielle Bezerra, que voltou ao Brasil neste ano por causa da morte da avó, que a criou, mas pretende voltar. Outra aluna que viajou foi Ana Caroline Baptista, que ainda está nos Estados Unidos.

Arte na comunidade

A Academia de Dança Valéria Martins existe desde 2013 e ensina várias modalidades de dança para crianças e adolescentes, entre elas, balé, jazz, sapateado e hip hop. O espaço atende mais de 200 pessoas e funciona com caráter social. Dessa forma, as mensalidades custam entre R$ 20 a R$ 90, de acordo com a possibilidade financeira de cada família.

As alunas que representam o Brasil nos Estados Unidos têm aulas todos os dias das 14h às 22h, com folga aos sábados e domingos. No local, elas já são exemplo e atuam como professoras das alunas mais novas. Para Valéria Martins, proprietária da academia onde dá aulas há 20 anos, o esforço delas agora está sendo recompensado. Ela comemora o sucesso das alunas, mesmo em meio a dificuldades.

“Às vezes, [é] uma sala sem barras e, mesmo assim, eles se destacam. Imagino se tivermos um baita investimento.”, afirma.

Investimento

O desafio de ir para outro país é muito grande, sendo assim, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro está dando suporte as bailarinas. Na última terça-feira (14), as meninas tiveram oportunidade de conhecer a bailarina Ana Botafogo, no Theatro Municipal do Rio.

Referência no balé clássico, Ana Botafogo levou as meninas para conhecer o teatro. As jovens passaram pelo Salão Assyrio, pela Varanda das Bailarinas, pelo foyer (salão onde os espectadores podem aguardar o início da sessão e permanecer nos intervalos) e pelo salão de espetáculos. Ali, inclusive, elas chegaram a ensaiar alguns passos.

Bailarinas da Cidade de Deus serão bolsistas nos Estados Unidos
Foto: Divulgação/Agência Brasil.

Ana Botafogo ressalta a importância do encontro e do estímulo para um momento novo na vida de cada uma delas.

“Conversando com elas, pude contar como foi viajar pela primeira vez para fora do país e dançar em uma companhia profissional. O que a secretaria está promovendo e proporcionando é muito importante, garantindo mais subsídios culturais para que elas possam sair daqui conhecendo o teatro mais tradicional do Brasil, a sua história, e vendo como é a vida do bailarino. Meu conselho é ter disciplina, muita garra, vontade de vencer e que não percam um segundo sequer da experiência.”

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Com informações da Agência Brasil. 

Reportagem de Gabriela Rocha, sob orientação de Ana Flavia Silva.