“Desculpe, eu bati no seu carro”. O bilhete escrito com as letrinhas tortas, de quem ainda não tem muita experiência com as palavras, revela um caráter reto e ético. O papel foi assinado pelo pequeno Benício Esmanhoto Hoffmann, de 7 anos, que riscou um carro acidentalmente em Curitiba (PR). Ele estava andando de bicicleta com o pai quando se desequilibrou e bateu com o guidão no veículo, deixando uma avaria no carro. Preocupado com seu “erro”, ele deixou o bilhete de desculpas e incluiu o contato do pai, para negociarem o conserto.
Em entrevista ao portal G1, Benício contou que, logo que ocorreu a situação, voltou para casa pensando em como pagar com seu próprio dinheiro.
“Na hora eu pensei: vou parar de andar bicicleta e pronto, acabou minha vida de ciclista. Eu fiquei anos juntando um pouquinho [de dinheiro] e daí tudo isso ia ser despejado em uma coisinha só. Fiquei preocupado, mas o bem sempre vai e volta, vai e volta, vai e volta”.
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Dinheiro guardado
Benício tinha algumas economias. O pai dele, Marcel Weiss Hoffmann, disse que o menino sempre guarda moedas que ganha no dia a dia. Dessa forma, o pequeno propôs usar o próprio dinheiro para pagar o conserto do carro.
“Ele ficou muito incomodado, ficou perguntando se ia custar caro. Ele até juntou um trocadinho dele e ficou se lamentando que o dinheirinho dele não ia dar para pagar”, disse Marcel.
Além de toda a preocupação do garoto, ele também relatou que em nenhum momento pensou em “fugir” das responsabilidades. Segundo ele, o mundo já está “ruim demais para mais pessoas fazerem o mal“.
Por fim, diante da boa ação, o dono do veículo, Marcelos Martins abriu mão do pagamento. Aliás, foi graças a uma postagem dele que o caso ganhou visibilidade. O motorista postou uma foto do pedido de desculpas em uma rede social. Em uma semana, a imagem ultrapassou 350 mil curtidas e 42 mil compartilhamentos.
Em entrevista à RPC, Marcelo afirmou que foi surpreendido pelo gesto do menino.
“A gente acha que alguém que bate no seu carro pode sair correndo, ainda mais nesta idade, mas eu achei um gesto de uma doçura, de uma honestidade grande. Eu procurei de todos os lados, meu carro estava meio sujo e nem reparei. Se não fosse o bilhete eu nem tinha notado”, disse Marcelo.