O Brasil deve recuperar nos próximos meses o certificado de eliminação do sarampo. A informação foi confirmada pelo diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, durante o seminário sobre vacinação na Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro.
O Brasil recebeu certificado de eliminação do sarampo em 2016 da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas acabou perdendo em 2019 após um surto da doença. As Américas foram o primeiro continente a receber um certificado regional de eliminação da doença. No entanto, o surto no Brasil e na Venezuela fizeram com que as Américas perdessem a certificação.
Leia também: Curitiba distribui composteiras domésticas de graça a moradores
Recentemente, uma comissão da Opas verificou que a Venezuela interrompeu a transmissão do sarampo. Faltava apenas o Brasil para que o continente voltasse a ser considerado livre da doença.
Importância da vacinação
O sarampo é evitado com a vacinação da população. Desde 2016, o país enfrente o fenômeno da hesitação vacinal, com campanhas de desinformação que fazem com que a população deixe de buscar a imunização. Dados preliminares do Ministério da Saúde mostram que a cobertura vacinal voltou a aumentar este ano.
“Temos clareza de que muito trabalho há que ser feito”, disse Nísia. “Nós instituímos uma plataforma, Saúde com Ciência, como estratégia de governo, interministerial, para esclarecer à população e também identificar práticas criminosas de desinformação, de disseminação de notícias falsas”, disse a ministra da Saúde Nísia Trindade.
Segundo Jarbas Barbosa, diretor da Opas, os governos dos diversos países precisam monitorar, todos os dias, e desmistificar boatos que surgem contra as vacinas nas redes sociais.
“As desinformações estão praticamente todos os dias nas redes sociais, então uma campanha de esclarecimento anual não tem muito papel. O que temos procurado é estimular os países a ter um monitoramento diário de redes sociais, de não deixar nenhum boato, rumor ou desinformação sem resposta apropriada, porque isso é como uma bola de neve, que vai crescendo. E, sem dúvida nenhuma, que vai fazer com que as pessoas percam a confiança na vacina”, disse ele.