Álvaro de Melo, de apenas sete anos, aprendeu inglês sozinho e conseguiu uma bolsa de estudos na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Alvinho é morador do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, e realizou um curso de programação on-line. O curso é gratuito, porém a universidade exige o pagamento de uma taxa equivalente a R$ 1,5 mil para a emissão do certificado. Sem poder arcar com esse valor, Alvinho solicitou uma bolsa para o programa de assistência da universidade e explicou em inglês sua condição financeira e como aproveitaria o curso.
Após três semanas de curso, Alvinho criou um jogo usando a linguagem de programação. O game conta a história de Super Alvinho, um jovem cientista. “Eu adoro estudar e aprender novas coisas, mas por causa disso a escola me excluiu. Eles me disseram que não seria possível me ensinar inglês, programação, robótica e xadrez (…). Agora eu posso usar meus super poderes para aprender mais. Quero construir robôs agrícolas e fazer pesquisas para melhorar a produção e distribuição de alimentos no mundo”, explica Super Alvinho, no jogo. Confira a animação completa abaixo:
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Autodidata
Alvinho é um autodidata e está sempre a procura de aprender coisas novas. Com apenas sete anos, ele possui 41 certificados, incluindo seis cursos agrícolas do Sebrae, alguns de programação, inglês, xadrez e robótica. Álvaro participa de um projeto de robótica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para jovens. O projeto é voltado para jovens a partir de 14 anos. Como Álvaro tem só sete anos, o projeto abriu uma exceção.
O pequeno Álvaro chegou a dar palestra na Universidade Federal Fluminense num evento sobre Pedagogia. Ele apresentou seu projeto que realizou no fim do curso de Harvard. No final do evento, o menino citou Darcy Ribeiro. “A crise na educação não é uma crise, é um projeto”, disse Álvaro, entrevista ao jornal TV Cultura de São Paulo.
A mãe de Álvaro, a bióloga Priscila Melo, contou em entrevista ao jornal da TV Cultura que Álvaro, superdotado, tem recebido pouco apoio da rede municipal. “A única coisa que foi oferecida pela rede municipal foi uma oficina de pintura pelo computador. No início desse ano ofereceram uma vaga na sala de recursos, para atendimento de complementação junto com as crianças com deficiências”, comentou.