Uma iniciativa do Paraná, criada para apoiar hospitais e Organizações Não Governamentais (ONGs) no combate ao coronavírus, começou a fazer os primeiros repasses. Chamada de “O Amor Contagia”, a campanha vai distribuir na primeira fase R$ 857 mil a projetos do terceiro setor. O valor deve beneficiar organizações de 27 cidades e atender cerca de 3 mil leitos no estado. A estimativa é que mais de 85 mil pessoas sejam impactadas com a chegada dos recursos.
Do total, R$ 427 mil vão para 21 organizações da área de saúde, como o Hospital de Clínicas da UFPR. A segunda parte, de R$ 430 mil, é voltada para projetos sociais, a exemplo de casas lares e abrigos para idosos, e contempla 64 iniciativas. Os valores foram captados através de uma parceria de agentes públicos e privados.
Contágio positivo
A campanha “O Amor Contagia” é considerada a maior iniciativa no Paraná de arrecadação de fundos para a manutenção de projetos filantrópicos durante a pandemia. A ação começou com a união das promotorias de Justiça do Ministério Público do Paraná e Ministério Público do Trabalho. Logo de início a Universidade Federal do Paraná e a Funpar, Fundação de Apoio da UFPR, também entraram no projeto. A partir daí a iniciativa começou a “viralizar” e mais organizações foram se somando.
Grandes marcas paranaenses têm contribuído com doações. É o caso do conglomerado de mídia GRPCOM, dos grupos Marista, Boticário e Laguna, da Fundação de Ação Social de Curitiba, da Copel, das rádios BandNews, CBN e Ouro Verde, dos institutos Massa, Purunã, Oportunidade Social, Renault, Positivo e Robert Bosch. No total, 172 pessoas e empresas contribuíram com a campanha, que já arrecadou R$ 6,12 milhões em dinheiro e materiais hospitalares.
“Ajuda em momento difícil”
Com mais de 125 mil casos confirmados e 3.155 mortos pela Covid-19, o Paraná ainda se vê em uma tendência ascendente na crise de saúde. Sem um controle efetivo da pandemia e com uma taxa elevada de novas contaminações, o estado enfrenta um crescimento na demanda por serviços médicos. Na semana do dia 24 de agosto, 70% dos 1.101 leitos de UTI adulta estavam ocupados. Parte dessa estrutura é de hospitais que contam com o apoio de doações para sobreviverem, os chamados hospitais filantrópicos.
Para a voluntária da campanha, Rose Susuki, “os hospitais filantrópicos prestam um serviço essencial para a população”. Ela diz que o auxílio prestado pela iniciativa “certamente ajuda nesse momento tão difícil”, quando a realização de eventos para arrecadação de fundos, como bazares e jantares, não podem ser realizados.
Em contrapartida, a campanha vem conseguindo se firmar com importantes participações. “Estamos com um ótimo apoio das empresas, pessoas físicas e entidades, e esses frutos já estão sendo utilizados no combate ao coronavírus”, afirma a promotora de justiça do Ministério Público do Paraná, Karina Anastácio Faria. Por outro lado, a promotora destaca que as doações ainda não são suficientes. “[As doações] ainda estão muito aquém das necessidades e quanto mais contribuições, mais poderemos combater esse momento do Estado”.
Inscrições continuam
Organizações da área da saúde e de assistência social que necessitam de apoio podem se inscrever diretamente no site, preenchendo o edital.
“O resultado do primeiro lote já está publicado, porém estaremos atentos a novas demandas e inscrições que surgirem, por isso é necessário todo apoio da sociedade”. Karina Anastácio Faria de Moura Cordeiro, promotora do MP-PR.
Você pode contribuir
Empresas, pessoas físicas e organizações podem fazer suas contribuições via depósito bancário. As doações são feitas de forma direta e não podem ser abatidas do cálculo do Imposto de Renda. Aqueles que quiserem contribuir de forma anônima podem fazer depósito ou transferência. Os recursos são administrados por um comitê gestor que fiscaliza a destinação das doações. A prestação de contas para a sociedade é feita em tempo real e com fácil acesso pelo site da Funpar.
Para doar ou saber mais detalhes sobre a campanha acesse: http://www.funpar.ufpr.br/oamorcontagia/
Reportagem de Higor Augusto, com supervisão de Ana Flavia Silva.