Após a divulgação de dados do Censo 2022 referente à população quilombola, diferentes lideranças de organizações e entidades celebraram. Isso porque é a primeira vez que o Censo Demográfico inclui a população nos dados da pesquisa. Dessa forma, a expectativa é de que o levantamento contribua para retirar essas populações da invisibilidade e fortaleça reivindicações por garantia de direitos.
Segundo os dados, são 1.327.802 de quilombolas no país, o que corresponde a 0,65% da população brasileira. Além disso, os resultados também mostram que essa população está distribuída por 1.696 municípios.
COMUNIDADES CELEBRAM
A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) considera a divulgação deste recorte do Censo uma conquista do movimento quilombola. “Estamos muito felizes de vencermos essa etapa. Esperamos reconhecimento em todas as esferas, tanto municipal, como estadual, como federal. Diante de um dado oficial, esperamos que os diversos órgãos nos reconheçam e nos dêem acesso às políticas públicas”, comenta José Alex Borges, coordenador executivo da Conaq.
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Além disso, segundo a Agência Brasil, membros da comunidade quilombola também comemoraram a visita de recenseadores. Eulália, de 61 anos, aponta a importância que a inclusão do movimento no levantamento tem.
“Nos dados e registros oficiais, nós não existíamos em mais de 150 anos. Por isso, é uma data tão importante e histórica. Estamos sendo reconhecidos como cidadãos brasileiros”, comentou. Também, falou sobre o registro histórico do movimento quilombola. “Fomos esquecidos por séculos. Não podem nos tornar invisíveis e esconder uma história que é notória e que a gente tem registro em fotos e documentos antigos”, acrescentou.
Por isso, a previsão é visitar 5.972 localidades quilombolas que segundo a analista censitária do IBGE, Isabela Nery Lima, precisam fazer isso da forma menos invasiva possível.
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*Leandro Bernardi sob orientação de Ana Flavia Silva