O material foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura. De acordo com a equipe, o papel pode receber impressões nítidas e depois ser apagado completamente!
Cada brasileiro consome papel equivalente a cerca de duas árvores por ano, de acordo com conta realizada pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará. Isso dá mais ou menos 400 milhões de árvores por ano, contando o total da população brasileira.
O problema do papel, porém, segue incerto. Ainda não se encontrou outro material para uso em grande escala que tenha as mesmas propriedades do papel. Mas cientistas da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, podem estar perto de uma solução.
Recentemente, os cientistas desenvolveram um papel de girassol que não requer o corte das plantas. Isso porque o material usa o pólen da planta em sua produção, permitindo que a flor fique viva e bem, gerando mais pólen.
Papel de oito vidas
Além de ecológico, o papel ainda é inovador, já que pode apagar tinta. Ou seja, pode “desimprimir” desenhos. Quem nunca ficou morrendo de raiva na sala de aula porque não podia apagar caneta? Com o papel de girassol, entretanto, isso é possível.
De acordo com os pesquisadores, podem ser feitas impressões a laser no material e depois deixá-lo em um toner com solução alcalina. Quando imersa na substância, a folha começa a descolar as partículas de tinta, apagando completamente o desenho do papel. E o melhor — sem causar nenhum dano para a folha. O processo pode ser realizado pelo menos oito vezes sem danificá-la.
“Esta é uma nova abordagem para a reciclagem de papel. Não apenas fabricando papel de forma mais sustentável, mas também prolongando a vida útil do papel para que possamos obter o máximo valor de cada pedaço de papel que produzimos”, explica o professor Subra Suresh, coordenador da equipe.
Os resultados são animadores, pois os cientistas descobriram que o pólen da camélia e de lótus também podem produzir um papel parecido. Sem danificar as plantas, que é a melhor parte 🌻
Reportagem de Isabela Stanga, sob orientação de Ana Flavia Silva.