Se para os adultos, fazer alguns exames pode ser desconfortável, imagine só como é a experiência para as crianças? Convencê-las a realizar exames costuma ser um verdadeiro desafio tanto para pais quanto para profissionais de saúde. Muitas vezes, o ambiente hospitalar gera desconforto e ansiedade nos pequenos. Entre os obstáculos estão as salas frias e exames que utilizam “máquinas barulhentas”.
Mas a criatividade é aliada para ajudar a minimizar os impactos negativos associados à internação e à realização de exames em crianças. Dessa forma, nasceu a “Tomozinha”, um tomógrafo de brinquedo para os pacientes mirns. Ela se tornou uma grande parceira das equipes pediátricas para familiarizar as crianças com o equipamento, fazendo com que percam o medo de realizar o exame. Com letras coloridas e formato reduzido, o equipamento cria um ambiente lúdico e humanizado em setores de radiologia pediátrica. Um dos hospitais que apostam na experiência é o Hospital Infantil, em Joinville, Santa Catarina.
Tomógrafo de brinquedo para pequenos doutores
Ao chegar ao local, os pequenos pacientes são convidados a simular a realização de uma tomografia. Eles colocam um boneco no equipamento em miniatura e apertam os botões que acendem luzes e geram sons similares aos do exame. Tudo sob supervisão de um profissional de saúde. Assim, aprendem desde fora como será quando elas mesmas realizarem o procedimento. O impacto positivo da experiência já foi percebido na prática: as equipes reduziram de forma significativa a aplicação de sedação ou acompanhamento anestésico em crianças que se envolvem na brincadeira com a Tomozinha.
“A inovação não precisa estar em grandes descobertas ou tecnologias futuristas, ela pode estar presente em simples ideias que literalmente salvam vidas. A tomografia de brinquedo permite que antes do exame a criança se distraia, se adapte e se divirta com o procedimento. Afinal, ele pode salvar a vida dela, se for bem-feito e com a participação dela”, explica o físico médico Walmoli Gerber Júnior, diretor da BrasilRad, criadora da Tomozinha.
Além da redução de 20% no número de sedações (um procedimento que pode colocar em risco a vida da criança), a necessidade de repetir o exame por causa de movimentação reduziu em até 50%. Dessa forma, também é evitada a exposição excessiva à radiação. A colaboração dos pequenos pacientes aumenta, o que gera um ganho de tempo de preparo em sala para o exame.
“Com a Tomozinha, conseguimos orientar, explicar de uma forma mais lúdica como será realizado o exame às crianças. Percebemos que elas ficam mais seguras e, aos poucos, o medo de entrar no aparelho vai desaparecendo”, explica o diretor do Hospital de Joinville, Rafael Oku Fernandes.
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