O transplante de medula óssea (TMO) é o tratamento para cerca de 80 doenças do sistema sanguíneo e imunológico. Entre elas estão a leucemia, falências medulares adquiridas e hereditárias, imunodeficiências primárias e doenças raras. Hoje, 650 pessoas aguardam por um transplante de medula óssea (TMO) no Brasil.
Por outro lado, o país tem um dos maiores registros de doadores voluntários de medula óssea do mundo, o Redome, com mais de 5,6 milhões de cidadãos cadastrados. No entanto, a conta não fecha porque a chance de encontrar um doador compatível é de uma em cada cem mil, segundo o Ministério da Saúde.
“Nem sempre nós encontramos um doador na família [as chances são de 25%, conforme o Ministério da Saúde]. Por isso, a importância de doadores que representem a miscigenação brasileira, com todas as raças e etnias. Desta forma, maiores são as chances de encontrar um doador compatível”, destaca a médica transplantadora Fernanda Benini, do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba-PR. A instituição é referência nacional em transplante de medula óssea em crianças e adolescentes.
No Dia Mundial do Doador d e Medula Óssea, lembrado em 16 de setembro, o Hospital responde às principais dúvidas sobre a doação.
Quais são os requisitos para ser doador de medula óssea
Algumas condições básicas são:
– Ter entre 18 e 35 anos, para fazer o cadastro
– Estar em bom estado geral de saúde
– Não ter infecções ou doenças impeditivas para doação.
Confira a lista completa aqui.
Como ser doador de medula óssea
– Procurar o Hemocentro do seu estado, com um documento de identidade, preencher uma ficha com informações pessoais e realizar a coleta de amostra de sangue (10ml).
– O sangue é analisado por exame de histocompatibilidade (HLA). Assim, os dados pessoais vão para o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).
– Quando houver um possível paciente compatível, o doador é consultado para decidir quanto à doação. Por isso, a importância de manter o cadastro atualizado – com o número correto do telefone, por exemplo.
– A doação só ocorre após a realização de outros exames de compatibilidade e avaliação clínica da saúde do doador.
– Além disso, os custos envolvendo despesas do doador voluntário e seu acompanhante, como deslocamento, alimentação e estada, são de responsabilidade do Redome.
Como é feita a coleta da medula óssea
Uma das preocupações comuns entre os potenciais doadores é se a coleta de medula óssea dói. A boa notícia é que o procedimento tem anestesia. Ou seja: o doador não sente dor.
Existem duas formas de coleta. Mas em ambas a recuperação é tranquila e o retorno à rotina habitual é rápido, sem nenhum impacto na saúde do doador.
– Coleta por punção aspirativa: uma agulha é inserida na região posterior do osso da bacia para aspirar uma pequena quantidade de medula óssea. Esse processo dura cerca de 30 minutos, é realizado no Centro Cirúrgico com anestesia e requer internamento de 24 horas. Pode ocorrer uma leve dor no local, mas nada que um analgésico não resolva.
– Coleta por aférese: o doador recebe um medicamento para aumentar a produção de células-tronco na medula óssea. O procedimento de coleta é similar à doação de plaquetas ou plasma e esse processo pode levar algumas horas. Podem ocorrer pequenos desconfortos, como náuseas, dormência e hematoma no local do acesso.
Serviço de Transplante de Medula Óssea
O Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital Pequeno Príncipe é referência nacional e um dos maiores centros do Brasil e da América Latina que realizam o procedimento em pacientes pediátricos. Somente em 2022, foram 56 transplantes.
O serviço existe no Hospital desde 2011, inicialmente com três leitos. Um sonho realizado em parceria com o médico Eurípides Ferreira, pioneiro no Brasil ao realizar o transplante de medula óssea nos anos 1970. O TMO passou por uma ampliação em 2016 e, desde então, tem dez leitos.
Ao longo de 12 anos de trajetória, mais de 400 crianças e adolescentes passaram pelo procedimento no Hospital.
Sobre o Hospital Pequeno Príncipe
Com sede em Curitiba (PR), o Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil, é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que oferece assistência hospitalar há mais de 100 anos para crianças e adolescentes de todo o país.
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