Palhaços se dedicam a uma missão nobre e, muitas vezes, subestimada. Com narizes vermelhos e trajes coloridos, os Doutores da Alegria se empenham em proporcionar momentos de leveza e alegria para as crianças hospitalizadas. São artistas que transformam o ambiente hospitalar e quebram a rotina dos pequenos. Assim, há uma pausa na rotina para descontração.
Vera Abbud, palhaça dos Doutores da Alegria desde 1991, explica o propósito dos artistas. “Ali no quarto, a gente busca esse riso, né? Essa leveza ou talvez um transporte dessa pessoa para fora daquela condição hospitalar. No caso das crianças é muito no caminho do brincar”.
Ela também ressalta o objetivo que eles têm ao brincar com os pequenos. “A gente procura inverter um pouco daquelas dificuldades do hospital: que precisa tomar o remédio, cumprir um tratamento, um protocolo e às vezes a gente pode quebrar esse protocolo”, destaca.
O trabalho deles não se limita a arrancar sorrisos das crianças, mas também proporciona um momento de interrupção no meio à tensão hospitalar. “É muito gratificante, quando a gente vê essa pessoa mudar o humor, sorrir, rir, nós trabalhamos para isso”, afirma.
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Doutores da Alegria
O Doutores da Alegria desempenha um papel importante em meio a uma equipe médica dedicada. “A gente é mais um que talvez esse elemento mais despreocupado. Muitas vezes a gente tá lá para levar o riso até mesmo para esses profissionais. Para cuidar de quem cuida e, consequentemente, alterar um pouco daquele ambiente do hospital”, acrescenta.
Segundo Vera, ser palhaço hospitalar exige sensibilidade e adaptação. Diferentemente de um palco, onde o público escolhe participar, no hospital, os artistas devem entrar com delicadeza e se adaptar a cada situação. Além disso, ela comenta que respeitar as necessidades e o estado emocional das crianças é essencial. “Eu tenho que respeitar, eu sou menos propositiva e mais auditiva. Eu tenho que ouvir e fazer uma leitura da situação”, explica.
Mesmo com desafios e dificuldades além das que palhaços de circo passam, por exemplo, os Doutores da Alegria mostram ser muito gratos pelo trabalho que exercem.
“No hospital tem uma diferença de um teatro, né? Você entra no quarto da pessoa e não a pessoa que entra no seu espetáculo. Então quando eu tenho um público, é o público que escolheu ir até o teatro, ele pagou entrada. Ele que toma iniciativa de vir te assistir num palco quando a gente entra num quarto, a gente tem que entrar com mais delicadeza”, ressalta.
Além disso, os palhaços hospitalares desempenham grande papel no processo de cura, ao levar alegria e esperança às crianças em momentos desafiadores. No mês de novembro é celebrado o Dia do Riso, e esses profissionais merecem ter o trabalho reconhecido.
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* Leandro Bernardi, sob orientação de Ana Flavia Silva