“É muito importante que cada mulher use aquilo que ela quiser”, defendem as atletas
A fim de chamar atenção para a sexualização das meninas e mulheres na ginástica, as atletas alemãs trocaram os tradicionais collants por calças em Tóquio. Durante o ensaio de pódio, no dia 22 de julho, elas apareceram com as pernas cobertas para defender que as mulheres devem competir com o vestuário em que se sentem confortáveis.
Mesmo que o uso do full suit (uniforme que cobre todo o corpo) não seja proibido na ginástica. Isso porque atletas com restrições religiosas podem usá-lo, mas ainda existe uma pressão pela exposição do corpo feminino no esporte.
Em entrevista ao UOL Esporte, a ginasta alemã Pauline Schäfer expõe que cada competidora deve estar bem em seu vestuário de competição. “Temos a ideia de que cada ginasta deve estar confortável com as roupas que usa, e por isso criamos essa vestimenta. É muito importante que cada mulher use aquilo que ela quiser”, afirma.
Um movimento que vai para Tóquio
Apesar do manifesto das ginastas em Tóquio, o questionamento da sexualização na ginástica começou em abril, na Suíça. Na fase classificatória do Campeonato Europeu, em abril, a também alemã Sarah Voss competiu com pernas, nádegas e virilha cobertas. Ela recebeu apoio de suas colegas Kim Bui e Elisabeth Seitz, que também apareceram com a vestimenta ao final da competição.
No Instagram, Sarah defendeu a possibilidade de as mulheres escolherem as roupas que utilizam para competir. “Nós, ginastas da seleção alemã, reservamo-nos o direito de decidir, dependendo da situação, como nos sentimos mais confortáveis. A nova possibilidade de autodeterminação quanto à escolha das roupas nos dará ainda mais forças no futuro”, escreveu.
Reportagem de Isabela Stanga, sob supervisão de Ana Flavia Silva.