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Estudante brasileira descobre 25 asteroides em projeto da Nasa

Verena Paccola recebeu premiação internacional pelas descobertas. Uma dos asteroides deve colidir com a Terra, mas ainda não se sabe quando.
Aos 22 anos, Verena Paccola recebeu premiação internacional pelas descobertas. Uma delas, inclusive, colidirá com a Terra, mas ainda não se sabe quando.

Parece um acontecimento de filme. Na verdade, Não Olhe Para Cima, lançado em dezembro de 2021 na Netflix, relata uma história bem parecida. Ao analisar os sistemas de asteroides, uma estudante descobre que um deles colidirá com a Terra. Porém, no longa, o choque acontece logo: na realidade, ainda não se sabe uma data.

A responsável por identificar este corpo celeste é uma estudante brasileira de 22 anos. Aluna da Universidade de São Paulo (USP), Verena Paccola se dedica à Medicina, mas, enquanto estudava para o vestibular, desenvolveu uma paixão pela astronomia. Recentemente, a jovem recebeu uma premiação da Nasa, por ter identificado 25 asteroides — entre eles o chamado “asteroide fraco”, que colidirá com a Terra.

O interesse pela astronomia cresceu desde o lançamento do filme, cuja história pode se tornar realidade, de acordo com os estudos de Verena. Foto: Netflix/Divulgação

Interesse pela astronomia

O interesse da estudante de Indaiatuba (SP) pelo céu surgiu quando estudava em casa para o vestibular de Medicina, em 2020. Cansada de estudar o tempo todo, buscou na internet alguma atividade que a distraísse. Foi quando entrou em contato com o programa de identificação de asteroides da Nasa (a agência espacial americana).

De acordo com Verena, ela tinha acesso a pacotes de imagens tiradas de um telescópio localizado no Havaí. “Esse programa dá para achar vários corpos celestes, várias coisas no espaço, mas o que eu aprendi a detectar era asteroide mesmo. Tinha programação que eu fazia no software, jogava as imagens. Cada pacote de imagens era composto por quatro imagens tiradas em sequência lá do espaço”, explicou ao G1.

O monitoramento de asteroides é uma área de interesse das agências espaciais. Foto: ESO/L. Calçada

Depois de identificar imagens em movimento, os asteroides, a estudante gerava um relatório, o qual era enviado para a Universidade de Harvard. Depois ainda, os dados iam para a Nasa, que conferia as informações.

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Asteroides descobertos, esforço reconhecido

Depois de quase dois anos das descobertas, Verena recebeu uma premiação por seu trabalho. Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

Em dezembro do ano passado, Verena recebeu uma premiação em Brasília, entregue pelo coordenador do programa “Caça Asteroides”, da Nasa, e pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes.

Conforme a estudante, ela nunca imaginou receber tamanho reconhecimento. “Mesmo quando eu estava fazendo o treinamento, quando eu estava procurando, a gente nunca acha que vai dar certo assim do jeito que deu, ainda mais com esse asteroide importante”, expôs ao G1.

Agora, a jovem espera ansiosamente o momento de nomear seus asteroides, processo que pode demorar até oito anos. Mas, um dos nomes já está decidido: o de Rochelle Paccola, sua avó e grande apoiadora. “A minha vó, que ainda está viva, é a pessoa mais importante da minha vida, meu maior exemplo. Então, nada mais justo do que eternizar ela lá no céu”.

Mesmo que ainda tenha tempo para decidir, um dos asteroides já tem nome: o da avó. Foto: Arquivo Pessoal/Arte por G1

Colisão com a Terra

Um dos 25 corpos identificados por Verena é um asteroide fraco, como chamam os especialistas. Isso porque se movem mais devagar em sua órbita e, por isso, podem colidir com o planeta Terra.

Em “Não Olhe Para Cima”, um asteroide colidiria com a Terra em menos de seis meses. Na realidade, contudo, ainda não se sabe quando o choque poderá acontecer. Foto: Reprodução

Ainda não se sabe quando a colisão deve acontecer, mas o acontecimento está sendo estudado por cientistas americanos. Assim como mostrado no filme Não Olhe Para Cima, a previsão de data envolve uma série de cálculos matemáticos.

Reportagem de Isabela Stanga, sob a orientação de Ana Flavia Silva.

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