Resgatada no ano passado pela ONG AMPARA Silvestre, a fêmea voltou à natureza depois de enfrentar tratamento para suas queimaduras.
Em 2020, o Pantanal brasileiro enfrentou as piores queimadas de sua história. De acordo com a ONG WWF Brasil, o fogo consumiu cerca de um terço do bioma, afetando a diversidade ambiental da região. Em meio a essa situação, a ONG AMPARA Silvestre resgatou, no ano passado, uma fêmea de porco-do-mato com queimaduras em todo o corpo. Após seis meses de tratamento, o animal foi solto na natureza no começo deste mês.
Em entrevista ao UOL, a voluntária Laís Picanço explica que, quando a fêmea de cateto ou caititu (outros nomes que se referem à espécie) foi encontrada no Parque Sesc Baía das Pedras em outubro, ela tinha queimaduras nas quatro patas e no peito. Ademais, ela estava prenha, mas perdeu o filhote devido ao estresse.
Contudo, de acordo com Laís, o animal recebeu tratamento com analgésicos, antibióticos e anti-inflamatórios. Depois de seis meses, o seu quadro melhorou consideravelmente. “Ela respondeu muito bem ao tratamento e está 100% recuperada”, expõe a profissional.
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Importância ambiental
Os catetos, como a fêmea regatada pela AMPARA, são importantes para a manutenção dos ecossistemas como predadores e dispersores de sementes. Além disso, segundo o portal do Parque Ecológico Imigrantes, a espécie atua como indicadora ambiental, pois a população é tolerante a alterações de habitat. Dessa forma, sua ausência assinala um ambiente profundamente alterado.
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (ICMBio), a maior ameaça para os porcos-do-mato é a falta de habitat. Com a destruição causada pelos 21 mil focos de queimadas no ano passado, a situação tende a piorar para os caititus que vivem no Pantanal.
Reportagem de Isabela Stanga, sob supervisão de Ana Flavia Silva.