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Conheça o projeto “O que há de você em mim”

É bem comum ver casais em fotos cinematográficas produzidas em ensaios “pré-wedding”. E as produções estão cada mais dignas de novela, com imagens aéreas, em campos gigantescos de flores, aquela coisa bem impactante e linda. Mas na semana passada eu conheci um fotógrafo que está com uma proposta diferente sobre casais- prestes a se casar […]

É bem comum ver casais em fotos cinematográficas produzidas em ensaios “pré-wedding”. E as produções estão cada mais dignas de novela, com imagens aéreas, em campos gigantescos de flores, aquela coisa bem impactante e linda. Mas na semana passada eu conheci um fotógrafo que está com uma proposta diferente sobre casais- prestes a se casar ou não.

Por acaso – e bem por acaso – brotou na minha timeline uma postagem do Maicon Garcia convidando casais a participarem de um projeto “posando” para as lentes dele. Em troca, a gente ganhava uma das fotos produzidas. O restante ficaria para o portifólio do fotógrafo. Enviei mensagem meio desconfiada, mas logo ele me respondeu e a gente foi combinando os detalhes para o mini-ensaio. E aí me surpreendi com um projeto incrível.

Primeiro é importante destacar. Apenas avisei o Brunno: “temos um ensaio de fotos no sábado, tá?”. O tom imperativo é porque caso eu o convidasse ou apenas sugerisse a programação, a chance de negativa era alta. Melhor prevenir.

No sábado à noite, com encontros e desencontros, acabamos na área externa do Soho Backyard’s – um pub nas redondezas da praça Espanha que ainda nem abriu, mas cedeu gentilmente o local e uma ótima luz para nossas fotografias.

As primeiras fotos, aquelas que o fotógrafo vai fazendo só para ajustar a câmera, foram bem esquisitas. Essa coisa de ser fotografado fingindo que não está sendo fotografado exige um certo treino, parabéns aos casais que figuram em fotos maravilhosas por aí, queria ter essa naturalidade. Mas aí, veio a provocação e o propósito do ensaio – o que fez a gente esquecer completamente da presença do fotógrafo.

O que há de você em mim?

Foi essa a pergunta que o Maicon nos convidou a fazer (um para o outro, no caso, não para o fotógrafo). Mais tarde, ele me explicou: “quando duas pessoas se juntam, uma influencia a percepção da outra, uma modifica a outra, seja em formas mais diretas, seja com pequenas sutilezas. A convivência e a rotina às vezes não permitem que essas transformações sejam observadas. A proposta do projeto é fazer o casal perceber o outro olhando para a sua própria jornada.”

Note a ordem da questão. Seria mais fácil eu dizer o que há do Brunno em mim. Em três anos de relacionamento e quatro de amizade, têm muitos detalhes da personalidade dele que eu acabei absorvendo. Mas pensar no que pode haver de mim nele me obrigou a olhar para dentro e perceber o que eu tenho transmitido na nossa relação. A gente sorriu. Riu. Se abraçou, se beijou, se perguntou, se pensou. E olha: nem chegamos a muitas conclusões, afinal. Mas houve leveza e a certeza de que estamos no caminho certo. Não é isso o que importa?

Você já parou para pensar no que há de você nas pessoas com quem se relaciona? Mesmo em relações de amizade, profissionais, familiares… O que você tem oferecido?

Fotos e amor

O resultado do ensaio está no site do Maicon. Com tanta reflexão, por alguns momentos eu realmente esqueci que tinha alguém de olho nos nossos movimentos – e o Maincon conseguiu captar esses momentos. Além das nossas fotos, é legal ver como outros casais que também participaram do projeto reagiram à pergunta. Ele até confidenciou pra gente, em tom de brincadeira, que alguns ensaios resultaram em verdadeiras DR’s entre as duplas.

Além do portifólio, ele produziu um vídeo para divulgar o projeto (E A GENTE TÁ NA CAPA MEU BEM, DESCULPA, AÊ):

https://www.facebook.com/maicongarciafoto/videos/664871447178093/

 

Ps.: E só porque o Maicon escreveu esse monte de coisa bonita e eu não consegui encaixar no texto, fica aqui o depoimento dele sobre a relação que ele tem com a fotografia:

“A fotografia sempre foi uma ferramenta pra descobertas. As minhas primeiras fotos não tinham muito objetivo, eram bem abstratas, capturas pontuais de coisas que me interessavam. Com o tempo, fotografar se tornou minha forma principal de expressão individual. Só depois de alguns anos nesse exercício mais íntimo eu passei a fotografar pessoas. Desde então, meu trabalho deixou de ser só meu e passou a ser uma troca. O sentido da fotografia é, de alguma forma, materializar o que a outra pessoa tem pra dizer, ou ainda o registro da busca dessa pessoa pelo que ela quer encontrar dentro de si. O próximo passo acabou sendo o interesse pelas relações afetivas. Agora, ao invés de me conectar diretamente, eu tento ser mais um observador que tenta fazer os casais refletirem sobre eles mesmos, de uma maneira positiva. Aqui surge a ideia do “O que há de você em mim.”