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Gruta do Tatu, Caverna “perdida” por mais de 100 anos, é redescoberta em Minas Gerais

A Lapa de Quatro Bocas desapareceu dos registros oficiais. Mas, depois de diversas inspeções e leituras de mapas, pesquisadores localizaram a caverna, agora Gruta do Tatu.
A Lapa de Quatro Bocas desapareceu dos registros oficiais. Mas, depois de diversas inspeções e leituras de mapas, pesquisadores localizaram a caverna, agora Gruta do Tatu.

Em Curvelo, Minas Gerais, uma caverna se perdeu nos dados oficiais. Antes chamada Lapa de Quatro Bocas, ela foi descoberta em 1825 pelo cientista Peter Lund. Contudo, a gruta passou por diversas mudanças de nome e sumiu dos registros oficiais. Pesquisadores empreenderam, então, inspeções na região e analisaram dados e mapas, para enfim encontrarem a caverna perdida neste mês de abril, com o nome Gruta do Tatu

Divulgada inicialmente pela Revista Galileu, a redescoberta da Lapa de Quatro Bocas envolve uma coincidência curiosa. Isso porque em 2021 se comemoram 220 anos do nascimento de Peter Lund, que batizou a formação geológica. 

O professor do Centro Universitário Newton Paiva Emerich Faria, que ajudou a reencontrar a caverna, conta ao jornal O Tempo que a coincidência é muito gratificante. “Acredito que seja importante valorizar a atuação de cientistas de gerações passadas, pois eles abriram caminho para muitas de nossas conquistas atuais”, reconhece.

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Peter Lund, além da Lapa de Quatro Bocas, descobriu também mais de 12 mil fósseis na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais. Foto: Centro Universitário Newton Paiva/ Divulgação

A Lapa de Quatro Bocas estava registrada como Gruta do Tatu. Sua descoberta será apresentada oficialmente no próximo Congresso Internacional de Espeleologia, em junho.

Preocupação de 2021

A União Internacional de Espeleologia (UIS) nomeou o ano de 2021 como o “ano internacional das cavernas”. Desse modo, a organização pretende mostrar à população e aos governos a importância dessas formações geológicas. 

Assim, a organização, que não possui fins lucrativos, vai promover ações e debates durante todo o ano sobre a preservação das cavernas. Além de guardarem registros fósseis e pinturas rupestres, elas também são reservatórios de água fundamentais. Além disso, as áreas são habitat de espécies raras e podem ser atrativos turísticos. 

Minas Gerais concentra 38,5% das cavernas do Brasil, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O país reúne 16.034 cavidades geológicas conhecidas.

Reportagem de Isabela Stanga, sob supervisão de Ana Flavia Silva.