O intérprete de libras, Hélio Chazak, traz a emoção do campo de futebol para as mãos dos surdocegos, aproximando assim eles da partida. Hélio está executando este projeto durante a Copa do Mundo do Qatar.
A técnica utilizada é adaptada de acordo com a necessidade de cada pessoa. O formato utilizado atualmente tem dois guias intérpretes. Dessa forma, um deles fica posicionado atrás da pessoa e fornece informações de qual time está com a bola e qual é o número da camisa do jogador com toques nas costas. Já o outro, fica à frente passando as informações de como os lances estão ocorrendo.
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Hélio conta que é muito gratificante a sensação de proporcionar a acessibilidade para os surdocegos assistirem os jogos de futebol.
“Pra mim é inexplicável saber que uma pessoa que tem duas deficiências, que são sentidos principais nas relações humanas, que é audição e visão, e está privada destes dois sentidos e ela conseguir entender o que está se passando na tela e na partida. Se emocionar, vibrar, gritar, sofrer, tudo o que uma pessoa sem deficiência sente e ele também conseguir sentir. É aquela sensação de dever cumprido, aquela sensação de orgulho e isso me traz muita felicidade”, afirma o intérprete.
Mas esta não é a primeira Copa em que o projeto é realizado. Isso porque tudo começou na Copa do Mundo do Brasil, em 2014. Carlos, que é surdocego, confidenciou ao amigo que gostaria de vivenciar a emoção e acompanhar os jogos do Campeonato. A partir daí, o intérprete juntou várias técnicas já aprendidas anteriormente para que a iniciativa funcionasse.
Comunidade de surdocegos
Hélio conta que têm contato a comunidade surda e surdocega. Foi através de uma palestra que assistiu anteriormente, onde uma mulher com deficiência auditiva passava informações de jogos de futebol para o marido, que é surdocego, que ele teve a ideia de como poderia transmitir ao amigo alguns detalhes do jogo.
O intérprete já desempenha a função profissionalmente há mais de 15 anos. Ele se tornou voluntário, aos 14 anos, na igreja para interpretar a missa para pessoas com deficiência auditiva. Até hoje segue trazendo a acessibilidade para a comunidade surda e surdocega.
O projeto
A ideia do projeto é inserir e passar todas informações, emoções e ações do jogo de futebol para os surdocegos. Em 2014, somente Carlos participou do projeto ainda piloto. Na copa seguinte, em 2018, Hélio levou o projeto para o Museu da Inclusão, na cidade de São Paulo.
Nesta segunda fase do projeto, 15 surdocegos passaram pela iniciativa além de pessoas com deficiência visual. Foram criados 20 campos de futebol táteis neste museu. Para as pessoas com deficiência visual eram passadas informações táteis, sendo que eles escutam os lances mas não sabem como estes são executados.
Hélio conta que, muitas vezes, pessoas cegas escutavam no rádio ou pela televisão a informação de “gol de voleio” mas não sabiam como ele era realizado. Foi a partir do projeto que conseguiram aprender um pouco a mais sobre como as partidas de futebol acontecem realmente.
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Reportagem de Gabriela Rocha, sob orientação de Ana Flavia Silva.