A generic square placeholder image with rounded corners in a figure.

Jovem alagoana com síndrome de Down comemora habilitação para dirigir

Aos 20 anos, Laura Simões trabalha há um ano e três meses em um hotel de Maceió. Agora, com a Carteira de Motorista, a jovem com síndrome de down conquistou mais um passo em sua independência.
Aos 20 anos, Laura Simões trabalha há um ano e três meses em um hotel de Maceió. Agora, com a Carteira de Motorista, a jovem com síndrome de down conquistou mais um passo em sua independência.

Laura Simões, de 20 anos, sempre quis ser independente. Dessa forma, apesar das dificuldades enfrentadas por ter Síndrome de Down, a jovem acumula uma série de conquistas. A mais recente: a Carteira de Habilitação (CNH), que lhe permite ir aos lugares sozinha. 

Para o G1 Alagoas, Laura conta que sempre contou com o incentivo de sua família, até para as menores atividades. “A minha história é simples. Sou uma menina simples. A vida aqui em casa nunca foi moleza: minha mãe sempre foi obstinada e meu pai botando quente, mandando a real, encorajando a falar, a amarrar o sapato, a andar de bicicleta e, agora, a dirigir”, explica.

Grandes sonhos, grandes conquistas

E ela nunca sonhou pequeno. Dessa forma, há um ano e três meses conseguiu um emprego em um hotel de Maceió, capital do estado. A auxiliar de recepção conquistou a vaga com ajuda do projeto Inclusão e Cidadania, que busca a qualificação profissional de pessoas com síndrome de Down. 

A Carteira de Habilitação de Laura chegou no dia 19 de abril e a jovem não perdeu tempo: no segundo dia foi ao trabalho dirigindo. Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução.

Agora habilitada, a alagoana deu mais um passo em sua independência. Isso porque passou a ir para o trabalho sozinha, dirigindo.

Falta inclusão

Laura celebra sua trajetória e suas conquistas. “O trabalho no hotel está sendo decisivo para minha independência. E agora sou só eu. É muito legal pegar meu carro e ir trabalhar”, reconhece.

Entretanto, as pessoas com síndrome de Down que possuem as mesmas oportunidades que a jovem são minoria. Segundo o Movimento Down (site associado às federações nacional e internacional das Associações de Síndrome de Down) apenas 74 pessoas com a doença cursavam ou já tinham concluído o Ensino Superior em 2019, por exemplo. 

Contudo, o número de pessoas com a doença é maior que 270 mil no Brasil, de acordo com o Censo de 2010. Assim, faltam chances para atender a essa parcela da população. 

Nesse contexto, Laura expõe como é importante incluir todas as pessoas. “Dirigir, trabalhar, é uma conquista que eu divido com todo mundo da diversidade. Acreditem em nós como minha família acredita em mim”, afirma.

Reportagem de Isabela Stanga, sob supervisão de Ana Flavia Silva.

Mais sobre →