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Médica veterinária inspira com atendimento voluntário a animais silvestres

Há oito anos, a médica veterinária Maria Angela começou a trabalhar na recuperação de animais silvestres, para diminuir os índices de eutanásia
médica veterinaria

Passear pelo feed do Instagram de Maria Angela Panelli é como dar uma volta por um livro de biologia. Tamanduás, corujas, gaviões, saguis, jabutis e até cobras aparecem ao lado da médica veterinária como se estivessem habituados ao convívio humano. No olhar dos bichos dá para sugerir que há gratidão pelo atendimento recebido da profissional. Isso porque, há oito anos ela começou a trabalhar na recuperação de animais silvestres, em sua clínica veterinária, em Barretos-SP.

Antes e depois compartilhado nas redes sociais. Foto: Instagram/Maria Angela

A decisão de atender os animais de forma voluntária partiu de uma indignação. Quando abriu a clínica na cidade, dez anos atrás, Maria Angela começou a receber animais resgatados pela polícia ambiental que tinha um pedido direto: eutanásia. “Eu não me conformava com aquilo, porque tinha animais atropelados, por exemplo, faltando um pedaço do bico. Ele não comia, ele não conseguia comer. Realmente era uma judiação deixar ele assim, né? Ou matava ou tentava fazer algo. Foi aí que eu pedi pra polícia ambiental se eu poderia usar minhas técnicas de ortopedia para tentar salvar esses animais. Eles permitiram. Foi aí que tudo começou”, lembra.

Mais de três mil animais já foram reabilitados pela médica veterinária. Foto: Instagram/Maria Angela

Especialista em ortopedia de cães e gatos, ela se viu em meio a novos desafios. Foi assim que abraçou cada um deles com dedicação e muito estudo. “Comecei a fazer as próteses de bico e os animais sobreviviam. Sobrevivem até hoje e tem uma vida muito melhor”, pontua. As próteses são personalizadas, feitas com tela de titânio e resina acrílica.

Criatividade e muito estudo ajudam a recuperar os animais. Foto: Instagram/Maria Angela

Apoio na internet

Os casos são compartilhados nas redes sociais, onde a médica veterinária tem mais de 128 mil seguidores. “A gente recebe muita energia boa pra continuar essa caminhada”, relata. Além de mostrar o resultado do trabalho, as postagens são também uma forma de gerar conscientização sobre cuidados com animais.

Mais de três mil animais já foram reabilitados pelas mãos de Maria Angela. O trabalho é custeado pelos outros atendimentos prestados na clínica. No entanto, justamente por não cobrar nada, a médica veterinária lida com alguns olhares tortos de colegas de outras clínicas. “Eles não gostam muito da minha conduta, eles acham que está errado eu atender sem custo. Mas não tem ninguém que pague. Não tem verba municipal, nem estadual e muito menos federal para esse tipo de atendimento que eu faço. E se eu não atendo, ninguém atende. Então é óbito, é morte. E eu não consigo, eu não me conformo com isso”.

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Amor pelos animais

A relação de Maria Angela com os animais começou quando ela ainda era criança. De família humilde, a pequena Maria vivia resgatando animais na rua e levando para casa – escondida do pai, “um italiano enérgico que não queria saber de bicho”. Dessa forma, os cuidados eram feitos em um sótão ou até debaixo da cama.

Não demorou muito para o amor pelos bichos se transformar em profissão. Primeiro, ela se formou em Zootecnia. Trabalhando em Goiás-GO, ela viu de perto a triste realidade do abandono de animais. Para se ter uma ideia, a Organização Mundial da Saúde estima que, atualmente, o Brasil tenha 30 milhões de cães e gatos abandonados. “Era muito, muito bicho na rua, morrendo, doente. Por isso, resolvi montar uma clínica veterinária. Chamei uma veterinária para poder fazer as castrações e montei a clínica do meu bolso. Mas, depois de um tempo, ela achou melhor não mexer mais com animais de rua e falou ‘não quero mais animal sujo aqui dentro, só quero saber de animal com dono’. Foi a hora que eu perdi a paciência e falei, bom, então agora eu vou me formar em veterinária. Aí eu me formei veterinária e montei uma clínica.”

Visibilidade para as ações

Recentemente, a veterinária foi convidada para participar de um programa de tv, com o intuito de arrecadar mais recursos para a iniciativa voluntária. Mas ela conta que aceitou a participação com outra intenção: “A gente pensava muito na divulgação. Principalmente de tentar fazer com que outros colegas façam o mesmo”.

“Tudo o que você faz com o coração, tudo que você faz de bem volta pra você de alguma forma. E eu sinto isso, então eu não consigo mais deixar de fazer esse trabalho voluntário” Maria Angela Panelli, médica veterinária

Pets em casa

Além de todo o cuidado com os pacientes, Maria Angela também tem pets em casa. E são os domésticos mais “comuns”, mesmo: uma gatinha e dois cães. Além disso, na clínica, também estão sete gatos que foram resgatados, reabilitados e se tornaram moradores. Já os animais silvestres, depois de receberem alta são reinseridos na natureza.

“Todo o dinheiro que eu invisto nesse voluntariado volta pra mim em forma de coisas boas na minha vida. Antes de ser veterinária, eu amo os bichos”.

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