A generic square placeholder image with rounded corners in a figure.

Mulheres criam aplicativo para reduzir assédio sexual no trabalho

Em 2020, quatro sócias desenvolveram o SafeSpace, um aplicativo que auxilia empresas a monitorar as condutas no trabalho.
Em 2020, quatro sócias desenvolveram o SafeSpace, um aplicativo que auxilia empresas a monitorar as condutas no trabalho.

“Ajudamos empresas a construírem culturas de confiança”. Esta é a mensagem do SafeSpace (espaço seguro, em tradução livre), um aplicativo criado pelas sócias Rafaela Frankenthal, Natalie Zarzur, Giovanna Sasso e Claudia Farias. O objetivo do app é reduzir as más condutas no trabalho, sobretudo no que tange à violência sexual contra as mulheres.

De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho, o Brasil apresenta sete casos de assédio sexual no trabalho por dia, e 90% das vítimas são mulheres. Em 2018, uma a cada quatro trabalhadoras entre 16 a 24 anos sofreram assédio no ambiente profissional, segundo pesquisa conduzida pelo Instituto DataFolha.

Quando soube que a situação era tão ruim, Rafaela decidiu agir. Pesquisando, ela descobriu que as companhias estão cada vez mais atentas à pauta e preocupadas em proteger seus funcionários e funcionárias. “As companhias estão dispostas a se responsabilizar e adotar ferramentas para identificar casos deste tipo internamente”, explicou à Universa. A vontade existia, mas faltavam as ferramentas.

Veja mais boas notícias: Murais de artistas mulheres estampam prédios de Curitiba

Ferramenta para o diálogo

Assim, a empreendedora uniu forças com suas sócias e desenvolveu o SafeSpace. O aplicativo funciona como ferramenta de escuta, em que os trabalhadores podem denunciar o assédio que sofreram, de forma anônima ou não. Além do assédio sexual, o app recebe denúncias de discriminação, bullying, fraude, corrupção ou conflito de interesse.

A proposta do app é tornar o ambiente de trabalho saudável para todos, já que passamos praticamente metade de nosso tempo trabalhando. Foto: SafeSpace/Divulgação

“A plataforma foi projetada pensando na experiência de quem está fazendo o relato, diminuindo barreiras e encorajando a denúncia”, expõe Rafaela. Dessa forma, uma das funcionalidades do SafeSpace permite que a vítima confira se o agressor já recebeu outras denúncias, mostrando para a vítima que ela não está sozinha.

Por fim, a empreendedora conclui: “Não é segredo que as empresas no mundo todo estão sendo pressionadas a se tornarem mais éticas. Queremos estar à frente dessa transformação”.

Reportagem de Isabela Stanga, sob orientação de Ana Flavia Silva.