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#OAmorConecta: “O amor constrói. Nós construímos nosso lar com amor”

Dona Terezinha e seu Oscar, de 78 e 86 anos, completam 36 anos de casados e ainda se sentem em lua de mel. Casal enfrentou preconceito
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Dona Terezinha e seu Oscar, de 78 e 86 anos, completam 36 anos de casados e ainda se sentem em lua de mel.

Tereza Silva Rosas e Oscar Vital Rosas estão casados desde 1984, os dois em seu segundo casamento. Eles se conheceram nas ruas da cidade onde moravam e logo se apaixonaram. Durante o relacionamento, passaram por desafios como o câncer, que os dois enfrentaram, e o preconceito por serem um casal interracial. Hoje, com 78 e 86 anos, eles aproveitam a vida a dois e declaram não conseguir viver um sem o outro. 

Na semana do Dia dos Namorados, você acompanha aqui no Tudo Já Existe o especial “O Amor Conecta”, que retrata diversas histórias de amor, afinal, amar sempre é uma boa notícia!

Veja também: #OAmorConecta: “Ele sempre me passou uma tremenda força. Eu não poderia ter um namorado melhor”

36 anos de companheirismo

A história de Terezinha e de Oscar teve início com um encontro nas ruas de Pancas, no Espírito Santo. Eles ainda não se conheciam, mas ela conta que sua filha era amiga de Oscar. Assim, ele soube que Tereza tinha ficado viúva cedo e não saía para conhecer novas pessoas, apenas para trabalhar.

E foi justamente a caminho do trabalho que eles se encontraram e se encantaram um pelo outro. “Ele é muito especial, simpático e carismático”, afirma Dona Terezinha. Logo ela apresentou Oscar aos seus pais e eles aprovaram o relacionamento de cara, já que gostaram muito do futuro genro. 

Os dois têm filhos dos outros casamentos, mas, como o marido de Terezinha morreu quando as crianças eram pequenas, seu Oscar se tornou um pai para eles. Da mesma forma, sua família acolheu Terezinha de braços abertos.

Companheirismo para enfrentar desafios

Juntos desde 1984, o casal enfrentou o câncer e o preconceito racial. Foto: Betânia Rizzia/ Arquivo Pessoal

Mesmo que os filhos, netos e bisnetos de Tereza amem Oscar como seu próprio pai, avô e bisavô, uma das filhas dela não aceitou o relacionamento no início, porque o novo namorado da mãe era negro. “Eu disse a ela que eu gostava dele e iria casar com ele do mesmo jeito”, lembra. Hoje, a filha que não aceitava o casamento é uma das melhores amigas de seu Oscar, de acordo com dona Terezinha.

Nos momentos de maior dificuldade, eles sempre estiveram juntos e, unidos, os dois superaram o câncer. Quando Terezinha teve câncer de mama, em 2011, foi um choque para a família, inclusive para seu Oscar. Da mesma forma quando ele também teve a doença, em 2019. Nos dois casos, Tereza não se abalou e se manteve esperançosa, acalmando a todos. 

Betânia Rizzia, neta de dona Terezinha, relata que admira a disposição de sua avó. “Ela possui uma força incrível, nunca vi ela enfraquecer, nem com o câncer”, diz. “Meus avós já enfrentaram juntos todos os problemas possíveis, eles são um exemplo de amor e cuidado um com o outro”, acrescenta. 

Vida a dois

Há 28 anos, o casal mora na região litorânea do Espírito Santo e vive acompanhado da família. De acordo com Tereza, ela e Oscar mantêm uma vida ativa e sempre saiam juntos para fazerem suas atividades antes da pandemia. 

A única coisa que eles não tem costume de fazer a dois é assistir televisão. Às vezes, assistem um filme ou um programa, mas normalmente cada um vê o que prefere.

Dona Terezinha conta que, mesmo que se desentenda com seu Oscar, eles não conseguem ficar sem se falar. Foto: Betânia Rizzia/ Arquivo Pessoal

“Ele é uma pessoa maravilhosa. Se eu sinto uma dor, ele sente também, fica muito preocupado comigo”, afirma. Dessa maneira, o casal vive em clima de lua de mel, pois não consegue passar nenhum instante brigado ou bravo um com o outro. 

Dona Terezinha reconhece que sua relação com seu Oscar é repleta de companheirismo e carinho. Assim, a partir de sua história, ela acredita no poder que o amor possui de produzir coisas boas. “Eu acredito que o amor constrói. Nós construímos nosso lar com amor”, declara.

Reportagem de Isabela Stanga, sob supervisão de Ana Flavia Silva.

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