Nesta quinta-feira, 31 de agosto, é comemorado o Dia D da Diálise. Por isso, em campanha nacional, a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) aproveita a data para chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes renais crônicos. No Brasil, cerca de 155 mil pessoas passam pelo tratamento nas mais de 867 unidades espalhadas por todo o país.
Nos últimos cinco anos, uma crise se intensificou devido à defasagem da tabela SUS. Assim, algumas unidades começaram a fechar as portas. De acordo com um levantamento da ABCDT, 42 clínicas não conseguiram se manter nos últimos seis anos e foram à falência, seis delas apenas neste ano.
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Vidas transformadas
Sara Cecília, de 24 anos, é paciente renal crônica. Ela realizou hemodiálise por cinco meses e garantiu melhor qualidade de vida. “Antes, eu não conseguia realizar quase todas as tarefas domésticas, não tinha tanta disposição. Após um tempo eu passei pela diálise peritonial, que foi onde eu consegui realizar mais coisas. Tirei a minha carta (CNH), casei, consegui trabalhar. Tive mais tempo para fazer tudo aquilo que antes eu não conseguia fazer, até de quando eu não me sentia bem, antes mesmo do tratamento, por conta da minha saúde”, revela, em depoimento para a campanha #ADialiseNaoPodeParar.
Após um ano e quatro meses de tratamento, Sara conseguiu fazer o transplante renal. Mas ela não se esquece dos momentos em que a diálise fez diferença. “Hoje faz dois anos que sou transplantada. Graças à diálise, graças a Deus, vidas importam e a diálise não pode parar”, comemora.
Diálise garante qualidade de vida aos pacientes
Ainda em tratamento, Maria Silveira, de 70 anos, agradece pela mudança de vida que teve após a diálise. “Eu agradeço muito à Pró-Rim, por tudo isso que a vida continua. A gente tem que estar em família. Eu tenho filhos, netos e até bisnetos. Consigo conviver com eles bem tranquila. A hemodiálise só me proporciona uma vida melhor. Por isso, eu agradeço muito. Estou tranquila e bem feliz. Eu falo sempre que eu não tenho problema de saúde, eu sou bem tranquila, só venho para a Pró-Rim para fazer a diálise, filtrar o sangue”, comenta.
Além disso, com todos os cuidados necessários que recebe da equipe médica e enfermeiros, Maria Silveira reforça que só tem a agradecer. “São pessoas maravilhosas, que nos tratam como família”, explica.
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A gratidão durante o tratamento fez o jovem Carlos Wanderlan, de 29 anos, escolher Enfermagem como curso de graduação. Em tratamento há nove anos, Carlos conta que a diálise deu a ele a oportunidade de continuar nos estudos, de crescer pessoalmente. “Eu escolhi fazer enfermagem porque eu quero passar para as outras pessoas o cuidado que eu recebi, quero ajudar a cuidar delas. Quero fornecer o melhor tratamento”.
“Nossas vidas importam”
Em depoimento comovente, a paciente em tratamento Gabriela Moreira, de 26 anos, faz um apelo geral. “Não queremos ser mais um número, uma porcentagem, mais um na lista de espera por um transplante. Nossas vidas importam. Não somos apenas pacientes renais. Também somos aquele filho amado, aquela mãe que luta, o pai que trabalha, um amigo confidente, somos o amor de alguém”, desabafa.
Gabriela confessa que vive os melhores momentos da sua vida agora, por causa da diálise. “Ela tem nos permitido viver, realizar tarefas simples do dia a dia. Nos permite voltar para a casa depois de uma sessão desgastante e abraçar quem amamos. Somos mais de 44 mil pessoas que precisam da diálise para viver”, diz.
No Brasil, o número de pacientes que precisam do tratamento cresce a cada ano. Dessa forma, os reajustes nas tabelas do SUS são importantes para manter a assistência aos pacientes. “Precisamos que o governo olhe para nós e faça os reajustes e investimentos necessários. Assim como a revisão da tabela do SUS, para que as clínicas que fornecem esse tratamento de diálise não fechem as portas”, defende a paciente.
Importância do tratamento
A diálise é uma espécie de “substituta” ao trabalho dos rins, que por algum problema de saúde não funcionam corretamente. O nefrologista e presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), Yussif Ali Mere Júnior, explica a importância do tratamento para um paciente renal. “Pacientes renais crônicos dependem da diálise para sobreviver. Quando os rins param de funcionar e filtrar o sangue, somente uma máquina é capaz de realizar essa tarefa. Assim, todo paciente dialítico precisa da terapia ao menos por quatro horas, três vezes por semana, até que possa conseguir um transplante renal, se estiver apto”, esclarece.
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