“Máscaras inclusivas” são produzidas por costureiras de comunidade na região metropolitana de São Paulo. Itens vão facilitar a comunicação de deficientes auditivos e gerar renda extra para quase 100 mulheres empreendedoras.
As máscaras são itens indispensáveis durante a pandemia, você já sabe. Mas, se por um lado elas evitam o contágio ao novo coronavírus, por outro, causam problemas a quem depende da leitura labial para se comunicar. Esse é o caso das pessoas com deficiência auditiva.
Porém, uma solução simples tem tornado mais acessível e humanizado o uso das máscaras: é a inclusão de um visor na região boca. Transparente, essa pequena alteração tem permitido a leitura das expressões faciais, como sorrisos, e uma melhor compreensão da linguagem de sinais.
A novidade já chegou ao mercado e uma parceria entre empresas e um projeto social tem ampliado a produção das máscaras inclusivas. A intenção é confeccionar 100 mil modelos com visores e outras 120 mil máscaras tradicionais feitas de algodão.
União de conhecimentos
Veio de São Bernardo do Campo, em São Paulo, a ideia de produzir em larga escala máscaras de algodão laváveis com um visor transparente na região da boca. O projeto partiu da união entre a Fundação Grupo Volkswagen, braço social da montadora automobilística, e a empresa BASF, do ramo químico.
De acordo com Vitor Hugo Neia, diretor de administração e relações institucionais da Fundação Grupo VW, tudo começou quando um colaborador da empresa levantou a ideia de produzir as máscaras inclusivas. A inspiração teria sido a iniciativa semelhante de uma estudante norte-americana. A Fundação buscou mobilizar um projeto local, o Costurando o Futuro, voltado à empregabilidade, empreendedorismo e formação profissional de mulheres em comunidades.
O projeto ficou responsável pela confecção das máscaras, mas surgiu um problema no meio do caminho: como fazer para os visores de plástico não embaçarem durante a fala? A falha foi observada logo nos primeiros testes. Um filme plástico foi a solução. O material foi desenvolvido pela BASF e aplicado nas 100 mil máscaras com visores que serão produzidas pela parceria.
“A resposta foi incrível!”, avalia Sandra Viviani, da Fundação Grupo Volkswagen, sobre o material usado nas máscaras. “O filme plástico antiembaçante reduziu consideravelmente o problema”, diz.
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Renda revertida
As primeiras remessas estão sendo produzidas para associações voltadas a pessoas com deficiência auditiva e para a parceira na ação, a empresa BASF. De acordo com Viviani, “as máscaras são comercializadas pelo preço de custo e toda a renda é revertida para as empreendedoras”. Ao todo, quase 100 pessoas estão mobilizadas na confecção e terão um incremento na renda com a venda das máscaras.
O projeto Costurando o Futuro trabalha ainda na produção de 120 mil máscaras tradicionais feitas sob encomenda da montadora automobilística, suas concessionárias e fornecedores.