Laurence Des Cars recebeu a nomeação do presidente francês para o mandato, que começa no dia primeiro de setembro. Diretora vai substituir Jean-Luc Martinez, que está há oito anos no cargo.
Desde o dia 10 de agosto de 1783, quando Paris abriu as portas para um de seus cartões-postais, o Museu do Louvre, quem o comandou foram homens. Porém, a partir de setembro desse ano, Laurence Des Cars será a primeira mulher a dirigir o museu.
No dia 26 de maio, a residência oficial do presidente francês – Palácio do Eliseu – confirmou a informação para a rádio France Inter, já que Emmanuel Macron tomou a decisão da diretoria do Louvre, como de praxe.
Aos 54 anos, Laurence Des Cars atualmente dirige o Museu l’Orangerie e o Museu d’Orsay, onde começou sua carreira como curadora em 1998. Além disso, ela participou dos projetos de implantação do Louvre Abu Dhabi, projeto cultural bilionário nos Emirados Árabes e inaugurado em 2017.
Sob direção do Louvre, Des Cars deseja aumentar o acesso dos jovens. Desse modo, ela pretende estender o horário de funcionamento do museu, que atualmente fecha às cinco e meia da tarde.
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Uma nova página
A nova diretora do Louvre é especialista nas pinturas do século 19 que retratam mulheres negras. Uma de suas ações no Museu d’Orsay foi a iniciativa de devolução da obra Rosiers sous les Arbres, de Gustav Klimt, aos herdeiros de sua proprietária. Isso porque a instituição adquiriu a obra em 1980, sem conhecimento de seu histórico. Mas agora se sabe que ela foi roubada de sua dona por nazistas em 1938.
Na primeira entrevista desde o anúncio da nomeação, na rádio France Inter, De Cars afirmou que o Louvre pode ser “completamente contemporâneo”. Ela também apontou que o museu precisa de perspectivas para sair da crise que tem desestabilizado o setor cultural.
Para Roselyne Bachelot, ministra da Cultura da França, Laurence deve escrever uma nova página na história do museu. “O Louvre deve se reinventar neste mundo pós-crise, para se tornar, mais do que nunca, um lugar de contemplação e de reflexão aberto a todos”, expõe.
Reportagem de Isabela Stanga, sob supervisão de Ana Flavia Silva.