O cientista Flávio Zanette estuda as plantas há mais de 40 anos. Junto de sua equipe, desenvolveu uma técnica para beneficiar as árvores e os produtores.
As araucárias, também conhecidas como pinheiros do Paraná, é uma espécie ameaçada de extinção. Mesmo que a safra do pinhão tenha sido maior em 2021 do que no ano anterior, a semente é amplamente produzida para o consumo. Assim, são poucas as que conseguem dar origem a novas árvores.
Pensando nisso, Flávio Zanette, professor de Agronomia da Universidade Federal do Paraná, desenvolveu uma técnica para aumentar a produção do pinhão. Ele é especialista em araucárias e estuda a planta há 40 anos.
Por meio do plantio de enxertos muito produtivos, a equipe do cientista conseguiu fazer com que as árvores produzisse pinhas antes dos 15 anos de idade, tempo normal de reprodução. Além disso, elas geraram mais pinhões do que a média, o que, a longo prazo, pode ajudar no desenvolvimento da espécie.
Os pesquisadores plantaram os exemplares em 2016 e, em seis anos, já conseguiram um resultado satisfatório. “Nós conseguimos fazer seleção sem mudança genética. Buscando uma técnica para multiplicar as árvores que ainda restam”, explica o professor ao G1 Paraná.
Mais do que preservar a espécie, a descoberta também pode trazer bons impactos econômicos, pois as árvores podem produzir mais pinhões, o que pode estimular a venda da semente.
“Com a técnica de enxertia o nosso clone começa a produzir pinhas com menos de um metro de altura, com menos de sete anos. Quantidade e precocidade que vão estimular o agricultor a plantar, porque vai dar dinheiro para ele, ele vai ganhar com isso. E, dessa forma, nosso pinheiro está salvo”, comemora Zanette.
Reportagem de Isabela Stanga, sob orientação de Ana Flavia Silva.