Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) desenvolvem uma prótese de bambu acessível para amputados de membros inferiores. A Prótese Transtibial de Bambu, apelidada de Protebam, surge como solução inovadora e com custo reduzido para substituir os ossos tíbia e fíbula.
A ideia para desenvolver a prótese veio após o pesquisador João Victor Gomes dos Santos, doutor em Design pela Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design da Unesp, assistir a uma reportagem na TV. Ele viu um pedreiro com a perna amputada que improvisou sua própria prótese com um cano de PVC devido à falta de recursos para adquirir uma prótese de fibra de carbono. Esse tipo de prótese pode chegar a custar entre R$ 5 mil e R$ 8 mil no mercado particular.
O tempo de espera pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para conseguir uma prótese pode se estender por até dois anos. Além disso, a falta de fabricação nacional desses dispositivos dificulta o acesso a produtos de qualidade e com preço acessível.
Para resolver esse problema, João aproveitou o conhecimento adquirido no Projeto Bambu da Unesp e começou a desenvolver a Protebam. Ela tem três componentes principais: o pé, o cilindro e o encaixe, todos produzidos a partir da fibra de bambu com resina de mamona. Os resultados dos testes com voluntários mostraram que além de excelência, as próteses também são significativamente mais baratas. O custo de produção gira em torno de R$ 600, e elas podem ser comercializadas entre R$ 1.500 e R$ 1.800.
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No entanto, a Protebam tem durabilidade menor em comparação com próteses convencionais: ela dura apenas um ano. Por isso, a intenção é não competir com as demais, mas dar opção para pessoas que precisam de uma prótese temporária, para retomar a vida e o trabalho enquanto aguardam por próteses mais caras ou oficiais.
Além disso, o pesquisador está em negociação para iniciar um teste piloto da tecnologia. Assim, a ideia é produzir 100 unidades para testar a viabilidade de comercialização. “Se tudo der certo, vamos iniciar os processos de certificação e de montagem da linha de produção. O objetivo final é produzir a Protebam em larga escala para atender o mercado local, nacional e, quem sabe, internacional”, afirma João.
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*Leandro Bernardi, sob orientação de Ana Flavia Silva