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Projeto capacita mulheres para reformar suas próprias moradias na Grande Curitiba

Dia Nacional do Voluntariado: projeto Morar Bem oferece capacitação para mulheres na área da construção civil
Foto: Projeto Morar Bem / divulgação.

Desde janeiro deste ano, o projeto Morar Bem, promovido pela Ambiens Sociedade Cooperativa, capacita mulheres na área da construção civil para melhorar as condições das próprias moradias. A primeira edição da iniciativa aconteceu com moradoras de Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba (PR).

Criado para diminuir a precariedade das condições de moradia de várias mulheres no município, o projeto também é uma demonstração de empatia dessas mulheres e uma inspiração nesta segunda-feira (28), Dia Nacional do Voluntariado.

Morar bem

Dividido em três etapas, o Morar Bem encerra sua primeira edição em setembro. A primeira fase aconteceu entre janeiro e março e envolveu a preparação, mobilização e inscrição das participantes. Na segunda, as mulheres receberam uma capacitação teórica sobre o projeto e um levantamento e diagnóstico das suas moradias foram realizados.

Em abril começaram as primeiras intervenções físicas, que aconteceram sempre aos sábados, até o mês de agosto. A última e terceira fase, em setembro, é o fechamento do projeto. Dessa forma, as participantes vão receber diplomas de conclusão do curso numa cerimônia de formatura e fechamento das atividades.

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Realizações pessoais

“A maior alegria que tive durante o projeto foi ver o banheiro da minha enteada sendo construído. Tudo novinho, bonito. E agora, ela, que está grávida, o marido e a filhinha não precisam mais sair no frio depois de tomarem banho na minha casa, como faziam porque não tinham banheiro”, conta Josiane Cordeiro dos Santos, de 46 anos, mãe de quatro filhos e uma das participantes do projeto.

Segundo Josiane, apesar das pequenas dificuldades na execução dos reparos, ela está orgulhosa com a chance de melhorar o lugar onde mora. “Quando eu chego em casa, depois dos dias de atividades, minha menina diz ‘nossa, mãe! Você chega em casa cheia de massa no cabelo, mas tão feliz!’. Eu explico a ela que é porque estou muito orgulhosa de tudo que aprendemos, do que já fizemos e de tudo o que ainda vamos fazer”.

“Somos capazes de muita coisa”

Por meio de oficinas, o projeto capacita mulheres para a execução de pequenos reparos e manutenção das suas próprias casas. No entanto, em alguns casos mais delicados, em que as moradias precisam de intervenções maiores, elas são até reconstruídas. Um exemplo foi a moradia de Gisele Aparecida Cordeiro de Almeira, de 38 anos, mãe de três filhos.

A antiga residência de Gisele tinha menos de 18m². Mas ela foi toda reformada. “Minha filha está grávida e a minha netinha vai poder agora viver nesta casa, muito melhor, que foi feita pelas mãos de todas as pessoas que participaram deste projeto. Tem a mão de cada uma das minhas vizinhas aqui, e eu nunca vou me esquecer disso”, diz ela.

Além disso, Gisele aprendeu tanto com as oficinas que fez toda a instalação elétrica da casa da amiga do bairro. “E funcionou muito bem!”, explica. “A gente aprende muito e se ajuda também. Este projeto é uma benção nas nossas vidas e veio para mostrar que nós mulheres não somos o sexo frágil. Somos capazes de fazer muita coisa!”, revela.

Formação com certificado

A entrega de diplomas e certificados de conclusão do projeto acontece na próxima sexta-feira (1º), no bairro Madre, em Rio Branco do Sul. A expectativa é grande entre as formandas. “Estamos muito ansiosas e felizes por este momento. Aprendemos tudo do zero. Primeiro, a fazer medições, depois, de bater massa, assentar tijolos, colocar cerâmica. Hoje eu sinto que sou capaz de fazer qualquer melhoria na minha casa, não preciso esperar ajuda de alguém, ou pagar por isso. Eu mesma posso fazer. Nos últimos dias, pintei a minha casa e ajudei na pintura da casa da vizinha. Como mulheres, estamos nos ajudando e nos apoiando muito aqui. E viramos amigas!”, conta Aderli Bueno de Faria, de 39 anos, viúva e mãe de três filhos.

Aderli trabalha como auxiliar de cozinha e espera se especializar ainda mais na construção civil para trabalhar na área. “É um serviço que pode me dar uma remuneração melhor, e a oportunidade de melhorar de vida. Quem sabe, eu ainda possa contribuir, por exemplo na construção das casinhas da Cohab de Rio Branco do Sul”, sonha.

16 mulheres chegaram até o fim da formação

A área onde acontece o projeto Morar Bem é uma ocupação. No entanto, na visão dos envolvidos no projeto, a região merece intervenções para diminuir os riscos a que as pessoas que vivem no local estão sujeitas. O bairro Madre tem um total de 159 moradias e abriga 608 moradores. A baixa infraestrutura da região apresenta altos riscos de danos que podem ser provocados por desastres naturais, como deslizamentos, desmoronamentos e incêndios, por exemplo.

Adriane Nunes Ferreira, coordenadora do projeto e presidente da Ambiens, explica que a expectativa é beneficiar diretamente até 20 moradias e 72 pessoas. “O projeto busca oferecer um pouco mais de dignidade para pessoas que ainda precisam viver ali. Além disso, é muito motivador ver o fortalecimento de redes entre as pessoas do local e a união feminina que a iniciativa promove”, conta.

O Morar Bem tem parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e a prefeitura de Rio Branco do Sul.

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