Iniciado por Marcelo Zig e Flávia Diniz, o movimento luta pela igualdade e pelo respeito da minoria no país, unido o anticapacitismo ao antirracismo.
Buscando fortalecer as pessoas pretas com deficiência na luta por respeito e igualdade, Marcelo Zig e Flávia Diniz inauguraram o movimento Quilombo PcD nas redes sociais. Desde setembro de 2020, os ativistas constroem, a cada dia, uma comunidade forte que acolhe essa minoria social.
Ao portal Só Notícia Boa, Marcelo expõe que a maioria das PcDs são negras. Por isso, é importante unir as visões anticapacitista (contra o preconceito a pessoas com deficiência) e antirracista (a favor da diversidade étnica e racial).
Assim, ele expõe que essa luta conjunta vem ganhando força no Brasil, trazendo ao debate questões como lugar de fala, representatividade e criação de oportunidades. “Ela traz consigo a força de dezenas de pretos, pretas e pretis com deficiências que são exemplos de pessoas dispostas a abrir caminho para uma geração que sofra menos na pele as dores de nascer numa sociedade tão cruel”, acrescenta.
União e conectividade
O Quilombo PdC atua por meio das redes sociais, despertando reflexões e possibilitando a troca de experiências entre as pessoas pretas com deficiência. Dessa forma, o movimento atua pelo Instagram, que possui mais de 1.600 seguidores. Ademais, no Youtube, realiza campanhas com parceria do acervo digital de cultura negra Cultne.
“A sensação de inferioridade e insegurança que habita em mim, desde sempre, é a percepção e ideal que a sociedade estabelece como ‘normal’ e ‘anormal’”, expõe uma publicação do Facebook do projeto. “Por que a palavra deficiência está relacionada a desvirtude?”, provoca a postagem.
Aliado a isso, Marcelo reforça que a iniciativa é um espaço de resistência e de luta, mas também de acolhimento. “Queremos que as pessoas pretas com deficiência se identifiquem como pessoas. Que encontrem no Quilombo PcD um espaço de resistência, de luta e principalmente de acolhimento, com o senso de comunidade, como nos quilombos”, afirma ao Só Notícia Boa.
Reportagem de Isabela Stanga sob supervisão de Ana Flavia Silva