Há 10 anos, um grupo de amigos decidiu realizar uma ação solidária que se transformaria em um projeto de vida. O projeto Rango de Rua começou em dezembro de 2012, em uma noite de Natal, quando algumas pessoas se uniram para preparar uma ceia e distribuir refeições para quem vivia nas ruas, sem qualquer ajuda ou apoio. Após o primeiro ato, as pessoas envolvidas no projeto perceberam a importância e a diferença que ações como essa fazem para o próximo. Assim, não falham nenhuma sexta-feira desde então.
Segundo o coordenador do projeto, em 10 anos, não houve nenhuma interrupção, mesmo em tempos difíceis, como a pandemia. Fernando de Moraes afirma que ele e outros voluntários já passaram por situações difíceis, mas nada abalou o compromisso de oferecer o “Rango de Rua” toda sexta-feira.
“Imprevistos sempre rolam. A gente depende sempre de voluntários, então tem vezes que as pessoas faltam e acabamos ficando sobrecarregados, mas nada que fez deixar de acontecer o Rango. Já aconteceu de faltar água e aí tivemos que correr atrás de comprar galões de água, já faltou luz e cozinhamos no escuro”, conta Fernando.
O coordenador conta que o início da pandemia foi o período de maior dificuldade. O grupo não deixou de fazer a distribuição das refeições. Mas foram necessárias adaptações na quantidade na forma do preparo, até a limpeza e distribuição, com equipes atuando em separado.
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Assim, o projeto evoluiu ao longo do tempo, e chegou a ter parceria com restaurantes com cozinhas industriais. Porém, em tempos de dificuldades, parcerias se perderam e voluntários deixaram o Rango de Rua. Por isso, o projeto se adaptou inúmeras vezes, e chegou a operar como no início, com as refeições sendo preparadas em casas de voluntários. Mais tarde, o Rango de Rua conseguiu alugar uma casa e montar a própria “cozinha semi-industrial”, onde opera atualmente.
Fernando conta que o Rango de Rua é todo baseado em doações. Assim, pedidos de contribuições são publicados nas redes sociais no início da semana, e o projeto possui pontos de coleta nos bairros Bigorrilho e São Francisco, em Curitiba, onde os alimentos são entregues até quinta-feira para o preparo na sexta.
O processo de preparação de marmitas começa a partir das 13h30 e vai até às 19h. Após isso, uma carreata se forma para ir ao Mercado Municipal de Curitiba, onde os voluntários se reúnem para a distribuição das refeições.
Além disso, o Rango de Rua também oferece doces, suco, achocolatado, colchas, roupas e calçados, dependendo das doações recebidas.
O projeto continua a cumprir a sua missão de oferecer ajuda e apoio aos menos privilegiados, e reafirma a ideia de que, mesmo em tempos difíceis, a solidariedade prevalece. Seu legado é um testemunho do poder da compaixão e da dedicação contínua a uma causa nobre.
“Olha, com toda a certeza tudo valeu e vale a pena. Tudo o que o Rango já fez e proporcionou para essas pessoas que são invisíveis e abandonadas pela sociedade e pelo governo fez e faz valer a pena. O Rango além de distribuir refeições, roupas, cobertores, também tenta ajudar de outras formas. Compra de uma passagem para voltar para casa, um apoio jurídico, emissão de documento, indicação de clínica…Na verdade tudo que estiver ao nosso alcance. Então no decorrer desses anos todos já conseguimos ajudar muita gente, e isso é o mais importante, é o combustível para não pararmos”, conta o coordenador.
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*Leandro Bernardi, sob orientação de Ana Flavia Silva