Nessa semana muita gente se assustou com a noite antecipada em São Paulo. Eram três da tarde e o céu escureceu. Há quem aponte o fenômeno como indício dos fins dos tempos bíblico, mas existe uma explicação científica (e triste) para o acontecimento. O efeito do céu negro se deu a partir das queimadas em Rondônia, que já passam de duas semanas. Aliada à frente fria do inverno, a fumaça levou escuridão não só para a Grande São Paulo, mas também para pontos do litoral e os Vales do Ribeira e Paraíba, conforme reportagem da BBC.
O problema
O número de focos de queimadas no Brasil só em 2019, já é 83% maior do que em 2018. Isso significa que essa é a maior onda de queimadas dos últimos 5 anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). E o fogo tem motivo: é uma consequência direta da exploração ilegal de terras para pecuária e agricultura. Os estados onde as queimadas mais cresceram neste período são Mato Grosso do Sul (260%), Rondônia (198%), Pará (188%) e Acre (176%), empatado com o Rio de Janeiro.
A situação preocupante tem sido difundida em todo o mundo, em diversos portais internacionais. E ela reforça o quanto todos fazemos parte de um único ecossistema. Não existe planeta B: a gente precisa cuidar desse em que estamos vivendo.
Mas o que fazer para ajudar a salvar nossas florestas, animais e, consequentemente, nosso futuro?
A solução
É claro que não existe uma solução imediata. O problema vem de longa data e ganhou força nos últimos meses. Mas é preciso agir imediatamente – isso sim. Acima de tudo, o Brasil precisa de mais ações que palavras. Desde pequenas atitudes no dia a dia, com mudança de hábitos, até o apoio a quem está “na linha de frente”, toda ajuda é bem-vinda para transformar essa realidade.
1 – Busque informação confiável
Muitas pessoas têm reclamado do silêncio da grande mídia sobre o caos na Amazônia. Mas a verdade é que, com a influência dos meios digitais, cada vez mais o conteúdo jornalístico é baseado na demanda dos leitores e espectadores. Isso significa, a grosso modo, que os jornais investem em notícias “que dão audiência”. Ou seja: a pressão na busca por informações faz com que mais veículos de imprensa invistam em reportagens sobre um assunto. Em tempos de fake news, vale a pena reforçar a importância de buscar informações confiáveis. Verifique a procedência do conteúdo dos sites que você lê, vá além da manchete divulgada nas redes sociais. Esteja bem informado sobre o que acontece com o seu país, a sua natureza, o meio ambiente que impacta diretamente a sua vida.
2 – Não tenha medo de ser um ativista – seja digital ou presencial
A floresta não fala a nossa língua. Mas ela tem gritado por socorro. E precisa da nossa voz para alcançar mais pessoas. Mesmo que, diante da sua rotina, você possa apenas compartilhar conteúdos relacionados ao problema na internet, compartilhe. Se houver atos para chamar atenção para o problema, participe. Pesquise por ONGs ou instituições que atuam protegendo nossas florestas e as apoie de alguma forma, seja financeiramente ou de forma voluntária. O importante é fazer alguma coisa, mesmo que seja pouco.
3 – Cobre os responsáveis
Seja o governo, sejam as empresas que lucram com o extrativismo ilegal, seja o que for. Cobre os responsáveis. É preciso que existam leis robustas para proteger as florestas e, acima de tudo, é preciso que elas sejam cumpridas. Desconfie de desculpas esfarrapadas ou sem embasamento, sem provas. Por isso é tão importante se manter bem informado: para poder exercer nosso papel de cidadão. A Amazônia é nossa.
4 – Repense seus hábitos
Como dito acima, a produção agropecuária é uma grande responsável pelo desmatamento. Mas o que fazer? Que tal mudar alguns pequenos hábitos no dia a dia, como reduzir o consumo de carne e dar preferência a itens de produção local? Acredite: tirar a carne da sua dieta em um único dia da semana já vai fazer uma grande diferença!
São atos pequenos, é verdade, mas que podem se tornar grandiosos se cada um de nós adotá-los. O que você tem feito pela Amazônia?