A ação Sinal Vermelho busca garantir ajuda para pessoas que sofrem abuso doméstico. Assim, vítimas de violências físicas e psicológicas podem se manifestar.
Muitas vítimas de violência doméstica têm medo de pedir ajuda. Assim, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) lançaram a campanha Sinal Vermelho. A ação busca ajudar as cidadãs brasileiras em situação de abuso.
Dessa maneira, se uma mulher deseja denunciar a sua condição, basta ir a uma farmácia com um X vermelho na palma da mão. Os farmacêuticos e balconistas, então, acionam as autoridades e iniciam o acolhimento da vítima. A iniciativa permite que a denúncia seja feita de forma discreta e rápida, o que incentiva as mulheres a se pronunciarem sobre a sua situação.
Mais de 10 mil farmácias ao redor do país participam da iniciativa. De acordo com os organizadores da campanha, a empresa interessada deve assinar digitalmente o termo de adesão do Sinal Vermelho e enviar para o e-mail sinalvermelho@amb.com.br.
Aumento da violência na pandemia…
Com o isolamento social, por causa da pandemia, a vulnerabilidade das vítimas de violência doméstica aumentou. Isso porque, muitas estão confinadas em casa com os parceiros o dia todo. Dessa forma, o número de casos de abuso aumentou com a pandemia, de acordo com a revista científica New England.
O número de denúncias por telefone, porém, caiu 50% nos Estados Unidos durante a pandemia, conforme o estudo. Com medo do parceiro presente na sala ao lado, as vítimas se retraem.
O abuso não é somente físico. Situações psicológicas também caracterizam violência. Tal como o gaslighting, que acontece quando o parceiro faz a mulher duvidar de sua percepção dos fatos, de sua memória e sanidade. Ouvir “louca”, “descontrolada” e “isso é coisa da sua cabeça” faz com que os erros do abusador passem a ser “imaginação da vítima”.
… até na TV
O relacionamento de Arthur e Carla Diaz no BBB 21 tem sido apontado como tóxico por muitos internautas. Isso porque o rapaz diz estar apaixonado pela atriz para mantê-la por perto. Contudo, ele a ignora e afirma para os colegas querer encontrar outras mulheres fora da casa. Além disso, critica as amizades de Carla com outros homens do BBB e não a ajuda quando ela está vulnerável. Sim, esse é um tipo de violência, esse é um relacionamento abusivo.
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Você pode pedir ajuda!
É importante reforçar: violência doméstica, seja ela física ou psicológica, jamais é culpa da vítima. Dessa forma, é essencial que ela peça ajuda para sair da situação.
O Mapa do Acolhimento oferece auxílio para quem sofre violência. Para ter ajuda de psicólogas e advogadas, basta se cadastrar no site.
“Eu tenho 20 anos e já passei pela violência física, sexual, e psicológica. Quando conheci a terapeuta, não fazia ideia que ela seria tão importante pra mim”, relata uma vítima assistida pela iniciativa.
Você não precisa sofrer sozinha. Busque ajuda!
Reportagem de Isabela Stanga, sob supervisão de Ana Flavia Silva