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Startup ajuda cabeleireiro com esclerose múltipla a competir no levantamento de peso

Plataforma Adapt-free conecta pessoas com mobilidade reduzida a exercícios físicos adaptados

Foi em janeiro do ano passado que o cabeleireiro Dyogo Costa, 38, recebeu o diagnóstico de esclerose múltipla. A doença neurológica, que atrapalha o envio de comandos do cérebro para o resto do corpo, soou como um grande empecilho para seguir a vida.

Arrasado, e caminhando com muita dificuldade, Dyogo procurou se informar mais sobre a doença, que impedia os movimentos das pernas. “Me disseram para entrar num grupo de Whatsapp, onde estava tendo um desafio para pessoas com dificuldade de mobilidades. No começo, eu achei que estavam todos loucos. Como que eu, sentado numa cadeira de rodas, iria fazer exercícios?”, conta Dyogo.

Apoio em grupo

O grupo que o Dyogo fala foi criado por Luana de Andrade, em parceria com a ABEM (Associação Brasileira de Esclerose Múltipla), como um teste (MVP) para a startup, Adapt-Free. A iniciativa oferece atividades físicas 100% adaptadas, grupos de apoio e auxílio de profissionais multidisciplinares, para aumentar o bem-estar de pessoas com mobilidade reduzida.

Luana, que trabalhava numa empresa de cruzeiros marítimos, precisou voltar para o Brasil, por conta da pandemia da Covid-19. Com uma ideia de negócio em mente, ela buscou a ajuda do Sebrae Paraná. Lá, recebeu mentorias e consultorias que contribuíram para o desenvolvimento da startup. Hoje, a empresa ocupa um espaço no Worktiba, que é um  coworking público, criado pela Prefeitura de Curitiba.

“Foi em um dos nossos grupos de apoio que eu conheci o Dyogo e, realmente, é uma pessoa super motivadora. Ele começou a fazer atividades com a gente. Tinha dificuldade no começo, mas descobriu uma força enorme”, completa.

Luana conta que a ideia de criar a startup foi por ter convivido muito tempo com sua avó, cadeirante, na mesma casa. Antes de participar do Acelera Impulse, ela afirma ter feito todos os cursos gratuitos disponíveis na página do Sebrae.

Empatia no olhar

“Meu dia a dia era fazer as pessoas viajarem e percebi que nem todos tinham as mesmas facilidades e oportunidades. Então, através de uma pesquisa que eu fiz na época, comecei a me preparar e buscar informações sobre o tema”, lembra a empresária.

No final de junho, com uma camiseta com a logo da empresa de Luana estampada, Dyogo vai participar do campeonato paulista de powerlifting, uma modalidade de levantamento de peso. 

Após ter os primeiros exercícios incentivados pela startup, Dyogo se interessou tanto pela academia e pelo levantamento de peso, que hoje é o único atleta com esclerose múltipla, federado, competindo hoje no powerlifting.

Os exercícios e as idas frequentes à academia mudaram a vida de Dyogo. Hoje, mesmo com dificuldades e 17 lesões no cérebro, ele consegue ter uma vida normal, na medida do possível.

“E eu nunca perdi o contato com a Luana.  E sou muito grato a Adapt-free, que é capaz de mudar a vida das pessoas. Eu acho que uma doença não pode te limitar. De jeito nenhum. A limitação tá dentro da gente”, comenta o atleta Dyogo, que além de cabeleireiro, hoje trabalha como digital influencer.

O consultor do Sebrae Paraná, Rafael Tortato, afirma que a empresa de Luana conseguiu destaque no mercado, inclusive foi uma das seis startups brasileiras indicadas para o SXSW Pitch, que ocorreu nos Estados Unidos em 2022. A empresa também foi selecionada pela Agência de Inovação de Curitiba para participar da Smart City Expo, em Miami, um dos maiores eventos de cidades inteligentes do mundo.

“A gente vê com muito valor o reconhecimento de pequenos empresários como a Luana, que após participar de programas e ações relevantes de que o Sebrae propõe ajudar o empreendedor, consegue ter o reconhecimento do próprio mercado”, completa Tortato.

Para o futuro, além de ajudar as pessoas a romperem a barreira entre uma dificuldade de mobilidade e os exercícios físicos, a empreendedora pretende expandir sua plataforma para conectar as pessoas que usam cadeiras de rodas, por exemplo, com destinos turísticos adaptados.

“Eu viajei durante uns 10 anos e conheci mais de 70 países. Agora, quero que outras pessoas, mesmo que tenham dificuldade de locomoção, também possam ter a possibilidade de viajar”, conclui Luana.

Com informações da assessoria.

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Ana Flavia Silva

Jornalista, catarinense radicada em Curitiba, especialista em comunicação audiovisual e apaixonada por gente e bicho. Eu acredito que juntos somos melhores e criei o Tudo Já Existe para conectar pessoas, ideias, projetos, ingredientes... Para mostrar que tudo o que a gente precisa para mudar o mundo já existe: a gente só precisa conectar. Vem comigo?

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